Bassam Tibi
professor académico alemão / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Bassam Tibi (بسام طيبي) (Damasco, 4 de Abril de 1944) é um cientista político sírio, naturalizado alemão. Vive na Alemanha desde 1962 e, desde 1973, é professor de Relações Internacionais da Universidade de Göttingen.
Esta biografia de uma pessoa viva cita fontes, mas que não cobrem todo o conteúdo. (Janeiro de 2021) |
Bassam Tibi | |
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Nascimento | 4 de abril de 1944 (80 anos) Damasco |
Residência | Gotinga |
Cidadania | Alemanha, Síria |
Alma mater | |
Ocupação | professor universitário, escritor, filósofo |
Prêmios |
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Empregador(a) | Universidade Harvard, Universidade de Göttingen, Universidade Cornell |
Religião | Islamismo |
Página oficial | |
https://www.bassamtibi.de | |
Na academia, é conhecido pela introdução do Islã no estudo dos conflitos internacionais e pela criação dos conceitos de Leitkultur europeia e de Euroislam, considerando a integração dos imigrantes muçulmanos na Europa.[1] Tibi é também o fundador da Islamologia, o estudo social do Islã, no campo das ciências sociais, e conflito na política pós-bipolar. Tibi atuou como pesquisador em países da Ásia e da África. Tem trabalhos publicados em inglês, alemão e árabe.
Bassam Tibi é co-fundador da "Organização Árabe para os Direitos Humanos (em alemão: Arabische Organisation für Menschenrechte, em árabe: المنظمة العربية لحقوق الانسان' (al-munazzama al-'arabiya li-huquq al-insan). É também um promotor do "Diálogo Islamo-Judaico" e um dos promotores do "Triálogo de Córdoba" para a comunicação judaico-islamo-cristã.
Nascido numa tradicional família de acadêmicos damascenos (Banu al-Tibi), Bassam Tibi é um muçulmano sunita. Estudou Ciências Sociais, Filosofia e História na Universidade de Frankfurt, onde ele se doutorou em 1971. Fez a habilitação (Habilitierung) em 1981 na Universidade de Hamburgo.
Para além de Professor na Universidade de Göttingen, Tibi foi professor visitante e associado de pesquisa na Universidade de Harvard (1982-1993) e Bosch Visiting Professor de 1998 até 2000. Na primavera de 2003 ele foi professor convidado de Estudos Islâmicos na Universidade de São Galo, na Suíça, e é desde Outono de 2003 Professor convidado na Universidade Islâmica de Jacarta, na Indonésia.
Entre 1986 e 1988 deteve várias posições como professor visitante em coordenação com o DAAD, várias posições em África e Ásia, entre outras em Cartum, no Sudão e em Yaoundé nos Camarões.
Teve também uma fellowship em Harvard e outras em Princeton e Ann Arbor, (Michigan) bem como no Rockefeller Center, em Bellagio (Itália). De 1989 a 1993 foi membro do "Projecto do Fundamentalismo" da "American Academy of Arts and Sciences".
Presentemente ele é membro do projecto "Culture Matters" na Harvard Academy for International Studies, e da Fletcher School na Universidade Tufts. Bassam Tibi foi professor visitante da Universidade da Califórnia na Universidade de Berkeley em 1994. Entre 1995 e 1998 professor visitante na Bilkent Universität em Ancara.
Em 1995, recebeu o prémio alemão Bundesverdienstkreuz e, em 1997, foi votado homem do ano pelo "Instituto biográfico americano". Bassam Tibi recebeu em 2003, juntamente com o professor judeu Michael Wolffsohn o prémio anual da Stiftung für Abendländische Besinnung (Fundação para a Consciência Ocidental) de Zurique).
No seu livro, "O Novo Totalitarismo - Guerra Santa e Segurança Ocidental" (Der neue Totalitarismus - Heiliger Krieg und westliche Sicherheit), editado em alemão em 2004, Bassam Tibi separa as noções de Islã e de fundamentalismo islâmico, que considera como sendo um novo totalitarismo. Hannah Arendt referiu-se a dois totalitarismos: o comunismo de carácter estalinista e o nazi-fascismo. Para Tibi, o fundamentalismo islâmico seria o terceiro totalitarismo. O autor também critica o relativismo cultural pós-moderno e defende a constituição de uma base comum de valores ocidentais e valores islâmicos. Segundo ele, apenas uma moralidade universal e compartilhada, com base nos direitos humanos, seria capaz de fazer frente à nova onda de fundamentalismos que ameaça a segurança e a estabilidade do mundo.
Em The Challenge of Fundamentalism analisa as relações entre a civilização islâmica e a civilização ocidental, as quais, segundo ele, não seriam a priori conflituosas. O conflito decorreria não do confronto de civilizações, mas do choque entre duas ideologias fundamentalistas que se sobrepõem a essas civilizações. Segundo o autor seria possível melhorar a natureza das relações entre oriente e ocidente através de uma moralidade transcultural.[2] Assim, para Bassam Tibi, o choque de civilizações entre o Ocidente e o Islã, conforme sugere Huntington, deriva do confronto entre essas duas ideologias de caráter universalizante, que se baseiam em diferentes visões acerca do homem e do mundo. Essas visões foram construídas historicamente, sendo a modernidade um conceito estritamente ocidental, cujas raízes estão no Renascimento e no Iluminismo, e cujo pressuposto é o Homem como centro do universo, e cujos corolários são a instrumentalização da natureza, o primado do indivíduo sobre o coletivo, a primazia da razão sobre a religião e secularização das instituições políticas. Em contrapartida, no Islã a coletividades é mais importante que o indivíduo, e Deus é o centro do universo, de modo que o laicismo das instituições e a preponderância dos direitos individuais sobre os coletivos carecem de sentido.