Atos de violência organizada no Rio de Janeiro em 2010
conflito social no Brasil / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Diversos Atos de violência organizada sucederam-se na Região Metropolitana do Rio de Janeiro da noite de sábado, 20 de novembro, até o dia 27 de novembro de 2010, quando bandidos ligados ao narcotráfico tentaram promover um "arrastão" na Rodovia Rio-Teresópolis — um trecho da BR-116 também conhecido como "Rodovia Rio-Magé" — em Duque de Caxias, causando a morte de um motorista.[5] Durante os ataques e depois, durante as operações, registrou-se que pelo menos 181 veículos teriam sido incendiados pelos criminosos. Nesse período, ocorreram ainda 39 mortes, cerca de duzentas detenções para averiguação e quase setenta prisões.[2][3][6][7]
Atos de violência organizada em 2010 no Rio de Janeiro | |
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Paraquedistas do Exército dão apoio à ocupação do Complexo do Alemão. (Foto da Agência Brasil, 28/11/2010.) | |
Local | Região Metropolitana do Rio de Janeiro |
Data | Os ataques aconteceram de 21 de novembro até 27 de novembro de 2010. No dia 28, o Rio de Janeiro teve a primeira madrugada sem ataques em uma semana.[1] |
Mortes | Cerca de 39 mortes em 6 dias.[2][3] |
Suspeito(s) | Marcinho VP e Elias Maluco, presidiários, são considerados diretamente ligados aos atos de violência.[4] |
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Em 24 de novembro, em entrevista ao Jornal Nacional da Rede Globo, o Governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho, solicitou o apoio logístico da Marinha do Brasil[8] e o Ministro da Defesa Nelson Jobim lhe assegurou esse direito em nome do Presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, que estava de viagem à Guiana. Recorrer à Marinha foi uma decisão inédita no país em se tratando de combate ao tráfico e aos criminosos nas favelas.[9][10] No dia seguinte, o Ministério da Defesa informou que, a pedido do Governo do Rio de Janeiro, seriam enviados oitocentos homens da Brigada de Infantaria Paraquedista do Exército Brasileiro para auxiliarem a polícia no combate aos ataques, além de dois helicópteros e tripulação da Força Aérea Brasileira e dez blindados de transporte. Com a chegada dos militares, as operações se desdobraram em novas estratégias.
No dia 25 de novembro, deu-se a maior ofensiva da Polícia Militar do Rio de Janeiro, com seu Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) atuando ao lado da Polícia Civil do Rio de Janeiro, encabeçada pela Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) e em parceria com o Corpo de Fuzileiros Navais, que disponibilizou seis blindados do Batalhão de Blindados de Fuzileiros Navais e um grupamento de fuzileiros navais da mesma unidade para apoio logístico da operação, que resultou na tomada do território da Vila Cruzeiro, região da cidade que até então estava em poder dos narcotraficantes do Comando Vermelho. Cerca de quinhentos policiais além da Força Nacional participaram da ação, que logrou logo com êxito em ocupar o espaço no dia 26 de novembro de 2010.
Durante a ocupação, os narcotraficantes da região puderam escapar para o "Complexo do Alemão", ocupado por uma quadrilha da mesma facção criminosa, numa região constituída pelo conjunto de treze favelas, que foram cercadas pelas polícias civil, militar e federal, com o apoio das Forças Armadas.[11][12] Em 27 de novembro, de 2010 depois de uma ordem emitida pelos policiais aos envolvidos para que se entregassem "até o pôr do sol", trinta e um traficantes se renderam.
Na manhã do dia 28 de novembro de 2010 as forças de segurança, formadas pela Polícia Militar, através do BOPE, do Batalhão de Polícia de Choque, do Batalhão de Polícia Florestal e demais unidades convencionais, pela Polícia Civil através da Coordenadoria de Recursos Especiais e delegacias especializadas, pela Polícia Federal o Comando de Operações Táticas em conjunto com o Grupo de Pronta Intervenção e o Exército através da Brigada Paraquedista, entraram no conjunto de favelas e assumiram o controle da comunidade em menos de duas horas, prendendo trinta criminosos e apreendendo dezenas de armas e dez toneladas de drogas. A operação começou às oito horas da manhã e às 13h22min as bandeiras do Brasil e do Rio de Janeiro foram hasteadas no alto do teleférico do morro do Alemão. Todo o ocorrido tem sido chamado de Guerra do Rio de Janeiro,[13][14][15] e especialistas consideram que esta é uma das maiores operações policiais já realizadas nas favelas da cidade,[16][17] por conta de suas conquistas e apreensões de drogas e armamentos significativas.[18] A partir de 2011, a área deverá ser ocupada por uma Unidade de Polícia Pacificadora, a fim de pacificar e eliminar o tráfico na região.