Arte esquemática na Península Ibérica
De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Denomina-se arte esquemática uma série de representações pré-históricas, mormente pinturas rupestres, que aparecem na Península Ibérica associadas às primeiras culturas metalúrgicas do Calcolítico e da Idade do Bronze, mesmo com sobrevivências marginais no começo da Idade do Ferro.[1]
A sua cronologia, ainda tema de debate, abrangeria do quarto ao primeiro milênio a.C.,[2] solapando-se, nos seus começos, com a Arte Levantina e sobrevivendo marginalmente em algumas zonas isoladas durante etapas mais tardias.
A sua principal característica é o esquematismo, um estilo figurativo no qual somente se representam os traços básicos de cada figura, tornando-se os elementos gráficos em meros rascunhos, mas sem perderem os traços mínimos de identificação.[2] O Esquematismo na arte é um conceito irmão doutros como o Realismo (uma representação figurativa mais ou menos fiel à natureza, com detalhes concretos que permitem identificar facilmente o figurado[3]), a estilização (também figurativa, mas acentuando certos detalhes, repetindo-os e deformando-os até perder os seus traços realistas),[4] e a abstração (representações completamente alheias à realidade, portanto não figurativas, ligadas a uma simbologia filosófica e que, embora puder ter semelhança com certos elementos reais, não é possível comprovar tal relação).[5]
O fenômeno esquemático não é exclusivo da Península Ibérica, de fato ocorre em toda Europa e ainda, embora com datas e culturas muito diferentes, em todo o Mundo. A universalidade do fenômeno esquemático é sintoma de leis universais, como a homogeneidade na concepção dos pictogramas pelo ser humano.[6]
Na Península Ibérica, o fenômeno esquemático tem aspetos próprios e diferenciadores, e o mesmo ocorre para outras regiões. Porém, esta tipologia artística é considerada pouco precisa, integrada num amplo movimento que afeta a quase toda a Europa e o Mediterrâneo,[7] havendo manifestações esquemáticas por todo o mundo.[1]
No seu nascimento tiveram um papel incerto as influências mediterrâneas orientalizantes, ao misturar-se com as tradições indígenas, sem que se saiba quantificar o peso de cada uma das tendências.
A arte esquemática não corresponde com uma cultura unitária, senão que parece ser um traço comum de numerosas culturas regionais diferentes, manifestando-se em cada uma delas por diversos meios: cerâmica decorada, arte móvel, pintura rupestre, gravuras rupestres, decoração de megálitos, etc.
A zona Galaico-Minhota, marca uma pauta diferente, pois o seu apogeu ocorre no segundo milênio a.C. (na idade do Bronze), graças, talvez, a contatos com outros povos atlânticos. A zona galaica estendeu a sua influência para toda a faixa ocidental da Península, onde a arte esquemática sobreviveu em forma de gravuras, insculturas e estelas funerárias chamadas estátuas-menir.