Ambiente ecológico
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Ambiente ecológico refere-se ao quadro físico e natural que rodeia externamente a empresa. Sob ponto de vista mais restrito, as variáveis ecológicas incluem as condições físicas e geográficas (como tipo de terreno, condições do clima geral, vegetação etc.) e a sua utilização pelo homem. Todas as empresas funcionam dentro de ecossistemas naturais e físicos que podem ser mais ou menos modificados pelo homem: é a ecologia natural.
Há alguns anos, a ecologia nem sequer era considerada como fator ambiental de importância, provavelmente devido à nossa industrialização ainda incipiente e a falta de conhecimento sobre os impactos das atividades do homem no meio ambiente. Dois aspectos importantes vieram recentemente mudar essa situação. O primeiro aspecto foi a compreensão do equilíbrio ecológico da natureza e o efeito das atividades humanas nesse equilíbrio, pois a ciência e o crescimento da população humana mudaram totalmente os fatores ecológicos, trazendo benefícios de uma lado, mas degradando a natureza com a poluição. O segundo aspecto é uma mudança na mentalidade e nas atitudes sociais de preocupação pública, o que inclui regras e leis, quanto aos prejuízos naturais que a industrialização descuidada pode provocar.
Segundo Donaire (1999, p. 15), os administradores passaram a perceber que suas organizações não se baseavam somente nas responsabilidades referentes a resolver problemas econômicos fundamentais (o que produzir, como produzir e para quem produzir) e se conscientizaram dos novos papéis que devem ser desempenhados, como resultado das alterações no ambiente em que operam.
Foi somente depois da Segunda Guerra Mundial que o ambientalismo ganhou apoio popular suficiente para tornar-se o nascente movimento social que atualmente manifesta-se como uma preocupação social predominante (Hays, 1987[1] p. 3). Diferentes origens moldaram diferentes movimentos nacionais. Desde a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente, realizada em Estocolmo na Suécia em 1972, a questão ambiental foi inserida no meio das organizações de forma definitiva. Mesmo sendo considerada no início somente uma restrição regulatória imposta pelo governo, já que a partir da conferência muitas normas e obrigações foram formuladas tanto pelos órgãos reguladores como pela própria sociedade, ela já passou a receber maior importância. Entretanto, a Conferência de Estocolmo foi somente o "estopim" para a grande evolução comportamental que estava por surgir. A partir dela, as práticas ambientais teriam que fazer parte das responsabilidades sociais das empresas.
Uma das vertentes que então surgiram foi o ambientalismo renovado. Um aspecto importante da perspectiva do ambientalismo renovado é o conceito de stakeholders e os direitos dos stakeholders (McGowan e Mahon, 1991[2] Shrivastava,1994[3]; Stead e Stead, 1992[4]; Steger, 1993[5]; Throop, 1991[6]; Westley e Vredenburg, 1991[7]). Enquanto não se inclui como stakeholders formais o ambiente natural e as entidades não humanas, reconhece-se, no entanto, interesses públicos que buscam assegurar sustentabilidade ambiental a longo prazo. Deste modo, a partir da perspectiva do ambientalismo renovado, a questão relevante não é se os stakeholders não-industriais (por ex., governos, organizações ambientalistas, público em geral) estão incluídos nas tomadas de decisão organizacional, mas como e em até que ponto eles estão incluídos nas decisões relativas ao ambiente natural (Bennett, 1991[8]; Berle, 1990[9]; Elkington e Burke, 1989[10]; Schmidheiny, 1992[11]; Scott e Rothman, 1992[12]; Steger, 1993[5]; e outros).
Direcionando o foco para a relação das empresas para como meio ambiente, merece destaca-se a ideia de sustentabilidade na maneira de se fazer negócios, sendo este um tópico que ganhou uma dimensão muito grande nas discussões estratégicas de empresas e na mídia de uma maneira geral. Com base em Dyllick (2002),[13] o capital natural consiste em uma das três bases (juntamente com o capital econômico e capital social) do conceito de sustentabilidade de uma empresa e a sustentabilidade natural se dá quando o consumo de recursos naturais ocorre abaixo da taxa de reprodução natural ou a uma taxa menor do que a de desenvolvimento de substitutos. Ele destaca ainda que o impacto de uma empresa no meio ambiente pode ser irreversível, como por exemplo a destruição da camada de ozônio. Por fim, conclui que uma empresa somente será considerada sustentável se ela assim for nas três bases do desse conceito.