Alberto Fujimori
político nipo-peruano, 90º Presidente do Peru / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Alberto Kenya Fujimori (藤森 謙也, Fujimori Ken'ya?) (Lima, 28 de julho de 1938) é um político nipo-peruano que serviu como Presidente do Peru de 28 de julho de 1990 a 22 de novembro de 2000.[1][2][3] Descrito como um ditador,[4] ele permanece como uma figura controversa na política peruana; seu governo é creditado com a criação da ideologia conhecida como "Fujimorismo", a derrota da insurgência do grupo Sendero Luminoso e a restauração da estabilidade macroeconomica do Peru,[5][6][7][8] embora sua presidência tenha se encerrado quando fugiu após ter sido descoberto um enorme escândalo de corrupção, no mesmo período que denúncias de abusos de direitos humanos emergiram.[9][10] Mesmo no meio de um processo judicial, em 2008, por crimes contra a humanidade perpetrados durante seu regime, a maioria dos peruanos aprovavam o trabalho que Fujimori tinha feito na presidência.[11]
Alberto Fujimori | |
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90.º Presidente do Peru | |
Período | 28 de julho de 1990 a 22 de novembro de 2000 |
Vice-presidente | Primeiro Vice-Presidente
Máximo San Román |
Antecessor(a) | Alan García |
Sucessor(a) | Valentín Paniagua |
Dados pessoais | |
Nome completo | Alberto Kenya Fujimori |
Nascimento | 28 de julho de 1938 (85 anos) Lima, Peru |
Nacionalidade | peruano |
Alma mater | Universidad Nacional Agraria La Molina |
Cônjuge | Susana Higuchi (1974-1994) Satomi Kataoka (2006-presente) |
Filhos(as) | Keiko Fujimori Hiro Fujimori Sachi Fujimori Kenji Fujimori |
Partido | Cambio 90 (1990-1998) Perú 2000 (1999-2001) Aliança para o Futuro (2006-2010) Fuerza Popular (2011-presente) |
Religião | Católico |
Profissão | Político e engenheiro agrícola |
Um peruano de ascendência japonesa,[12] Fujimori tomou refúgio no Japão quando as acusações de corrupção se acumularam contra ele em 2000. Ao chegar ao Japão, ele tentou renunciar à presidência via fax, mas sua renúncia foi rejeitada pelo Congresso, que preferiu remove-lo do cargo através de um processo de impeachment, aprovado por 62 votos a 9. Procurado no Peru sob a acusação de corrupção e abusos dos direitos humanos, Fujimori manteve um exílio auto-imposto até sua prisão durante uma visita ao Chile em novembro de 2005.[13] Ele foi extraditado para enfrentar acusações criminais no Peru em 22 de setembro de 2007.[14] Em dezembro de 2007, Fujimori foi condenado por ordenar busca e apreensão ilegais e acabou sentenciado a seis anos de prisão por isso.[15][16][17] A Suprema Corte manteve a condenação durante a apelação.[18] Em abril de 2009, Fujimori foi condenado por violações dos direitos humanos e sentenciado a 25 anos de prisão pelos sequestros e assassinatos feitos pelo esquadrão da morte conhecido como "Grupo Colina" que lutou contra guerrilhas de esquerda na década de 1990. O veredicto, entregue por um painel de três juízes, marcou a primeira vez que um Chefe de Estado eleito foi extraditado para seu país, julgado e condenado por violações de direitos humanos. Fujimori foi especificamente considerado culpado de assassinato, lesão corporal e dois casos de sequestro.[19][20][21][22][23]
Em julho de 2009, Fujimori foi condenado a sete anos e meio de prisão por apropriação indébita depois que ele admitiu ter dado US$ 15 milhões do tesouro peruano para o seu chefe do serviço de inteligência, Vladimiro Montesinos.[24] Dois meses mais tarde, ele se declarou culpado em um quarto julgamento de suborno e recebeu uma pena adicional de seis anos.[25] A organização Transparência Internacional considerou o dinheiro desviado por Fujimori como a sétima maior quantidade ilegalmente apropriada por um chefe de governo ativo entre 1984-2004.[26] De acordo com a lei peruana, todas as sentenças deveriam ser executadas simultaneamente; assim, a duração máxima da prisão permaneceu 25 anos.[27]
Em dezembro de 2017, o Presidente Pedro Pablo Kuczynski emitiu um perdão, citando razões humanitárias, a Fujimori (que na época tinha 79 anos).[28] O perdão foi derrubado pela Suprema Corte do país em 3 de outubro de 2018 e foi ordenado que Fujimori voltasse para a cadeia.[29] Em 23 de janeiro de 2019, Fujimori retornou para a prisão para cumprir o resto de sua pena,[30] com seu perdão sendo formalmente anulado três semanas depois, em 13 de fevereiro de 2019.[31]
Em 17 de março de 2022, foi liberado de sua sentença graças ao habeas corpus apresentado pelo advogado Gregorio Parco Alarcón e declarado procedente pelo Tribunal Constitucional.[32][33] Fujimori foi libertado em 6 de dezembro de 2023, na sequência de uma ordem do Tribunal Constitucional do Peru.[34]