A Guerra de Independência da Guiné-Bissau foi um conflito armado entre o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e as Forças Armadas de Portugal. A guerra teve início a 23 de Janeiro de 1963,[8] com um ataque do PAIGC ao quartel de Tite, no sul da Guiné-Bissau, e terminou em 10 de Setembro de 1974 com o reconhecimento da independência do país.[9] Tal como em Angola e Moçambique, este conflito foi considerado como uma guerra subversiva para as autoridades portuguesas, e uma guerra de libertação ou revolucionária, para os movimentos de libertação.[10]
Factos rápidos Guerra de Independência da Guiné-Bissau, Guerra Colonial Portuguesa ...
Guerra de Independência da Guiné-Bissau |
Guerra Colonial Portuguesa |
Soldados do PAIGC asteando a bandeira da Guiné-Bissau em 1974. |
Data |
23 de Janeiro de 1963 a 1974 |
Local |
Guiné-Bissau e Guiné |
Desfecho |
Independência de Guiné-Bissau |
Beligerantes |
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Comandantes |
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Forças |
Entre 32 000 e 42 000 (efectivo máximo de todas as forças no terreno) 30 aviões 18 helicópteros 8 navios 13 lanchas[1][2] |
7000 (segundo os serviços de informação portugueses)[1] |
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Baixas |
2069 mortos (inclui elementos da metrópole e locais; Fuzileiros: 86; Pára-quedistas: 56)
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3830 deficientes
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Contrariamente a Angola, considerada uma das mais importantes colónias portuguesas, a Guiné, descoberta em 1446 pelos portugueses, não passava de um pequeno território que serviu de entreposto aquando do comércio de escravos, mas que agora pouco significado tinha. De ambiente quente e húmido, e sem recursos naturais, a Guiné não apresentava grandes atractivos para o colono europeu. Todo o território era dominado economicamente pela Casa Gouveia, pertencente ao grupo CUF. O espírito conservador e retrógrado existente, a influência nacionalista da vizinha Guiné-Conacri e o movimento nacionalista criado em 1956, o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), liderado por Amílcar Cabral, deram origem a uma greve de trabalhadores portuários em 1959, que exigiam melhores condições salariais. A greve acabaria por ser repelida violentamente pelas autoridades portuguesas, causando cerca de cinquenta mortos. Este acontecimento seria designado por Massacre de Pidjiguiti. Após o massacre, o PAIGC ainda tentou negociar com o Governo português, em Novembro de 1960, para acabar com a dominação colonial em África. Sem resposta do estado português, o PAIGC altera a sua estratégia, no ano seguinte, de revolução política para "insurreição nacional". Depois de uma preparação meticulosa das suas forças, e do apoio da Guiné-Conacri, em 23 de Janeiro de 1963, tem início a guerra pela independência, com um ataque dos guerrilheiros do PAIGC à guarnição portuguesa em Tite.
Em 1973, o PAIGC declarará a independência nas regiões que controlava e, no ano seguinte, dá-se a Revolução dos Cravos em Portugal, que põe um fim ao regime ditatorial iniciado por António de Oliveira Salazar e continuado por Marcello Caetano. Em Outubro de 1974, o PAIGC assume o poder político do país.[11][12] No entanto, apesar do sucesso político e militar, o PAIGC tinha os seus próprios problemas internos, nomeadamente o binacionalisno, com Cabo Verde; e as rivalidades com as Forças Armadas Revolucionárias do Povo (FARP).[11]