Rosa Freire d'Aguiar
jornalista, editora e tradutora brasileira / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Rosa Maria Freire d'Aguiar Furtado mais conhecida como Rosa Freire d'Aguiar (Rio de Janeiro, 28 de agosto de 1948) é uma jornalista, editora e tradutora brasileira.
Em 1971, formou-se em Jornalismo na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - PUC-Rio. Entre 1971 e 1973 foi repórter e redatora das revistas Manchete (disponibilizada integralmente na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional), Fatos&Fotos e a Enciclopédia Bloch da Bloch Editores, no Rio de Janeiro. Em 1973, mudou-se para Paris, onde trabalhou por três anos como correspondente internacional na sucursal francesa do grupo de Adolpho Bloch.
Entre 1977 e 1985, ainda em Paris, foi correspondente da revista Isto É e também do Jornal da República e colaboradora da revista ArteHoje. Realizou um grande número de reportagens especiais na Europa, no Oriente Médio e na China. Entre elas, cobriu a redemocratização da Espanha, desde a morte de Francisco Franco, de 1975 até 1985; o exílio do Ayatolá Khomeiny e a Revolução Iraniana, 1979-1980; o processo da Camarilha dos Quatro, em Pequim, em 1980; a devolução do Deserto do Sinai ao Egito, em 1982; a Guerra do Líbano, em 1982; o movimento pacifista na Alemanha, em 1983.
Rosa Freire d'Aguiar | |
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Nome completo | Rosa Maria Freire d'Aguiar Furtado |
Nascimento | 28 de agosto de 1948 (75 anos) Rio de Janeiro |
Nacionalidade | brasileira |
Formação | Jornalismo |
Educação | Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro |
Cônjuge | Celso Furtado |
Trabalhos notáveis | Memória de tradutora |
Fez também diversas entrevistas com escritores, cientistas sociais e artistas. Das muitas personalidades entrevistadas por Rosa Freire d'Aguiar, destacam-se: Elisabeth Badinter, Ernesto Sabato, Eugène Ionesco, Fernand Braudel, Georges Simenon[1], Jorge Semprún, Julio Cortazar, Norma Bengell, Peter Brook, Roland Barthes, Romain Gary, Rudolf Nureyev, Raymond Aron e Simone Veil.
Em 1979, casou-se com o economista Celso Furtado, no exílio desde 1964, que lecionava na Universidade de Sorbonne. Com a redemocratização do Brasil, em 1985, Celso Furtado foi convidado para chefiar a missão brasileira junto à então Comunidade Econômica Europeia (CEE), em Bruxelas.
No ano seguinte, o casal voltou para o Brasil e se instalou em Brasília, onde Celso Furtado assumiu o Ministério da Cultura[2][3]. Rosa Freire d'Aguiar deixou o jornalismo e passou a dedicar-se ao mercado editorial. Fez parte do conselho editorial da Editora Paz e Terra até 1990. Para essa editora traduziu seu primeiro livro: "O conde de Gobineau no Brasil", de Georges Raeders. A partir de 1991 até os dias atuais, traduziu e organizou mais de uma centena de livros, sobretudo para a Companhia das Letras e Editora Todavia.[4]
Traduziu entre outros autores, Louis-Ferdinand Céline, Italo Calvino, Michel de Montaigne,[5] Claude Lévi-Strauss, Pierre Bourdieu, Marquês de Sade[6], Honoré de Balzac e Marcel Proust. Pelo seu trabalho, recebeu diversos prêmios, entre eles, o da União Latina de Tradução Científica e Técnica, em 2001, pela tradução do livro "O universo, os deuses, os homens", de Jean-Pierre Vernant. Em 2009, recebeu o Prêmio Jabuti na categoria "Tradução de obra literária francês-português" pela tradução do livro "A elegância do ouriço", de Muriel Barbery (51.º Prêmio Jabuti). Em 2019, recebeu o Prêmio Paulo Rónai de Tradução, da Biblioteca Nacional, pelo livro "Bússola", de Mathias Énard.[7] Além destes, recebeu a Menção altamente recomendável da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, nas categorias Tradução/Adaptação, pelos livros do selo Cia. das Letrinhas: em 2005 ("O Pequeno Polegar", de Charles Perrault); em 2008, ("Ao sul da África", de Laurence Quentin); em 2009 ("Pequenos contos para crescer", de Mario Urbanet e Albena Ivanovitch-Lair; e "Contos e lendas das mil e uma noites", de Gudule); e, em 2011 ("Às margens do Amazonas", de Laurence Quentin).
Como autora, além de inúmeros artigos, publicou o livro "Memória de tradutora", pela editora Escritório do Livro[8], em 2004; e "Sempre Paris – crônica de uma cidade, seus escritores e artistas" (Cia. das Letras, São Paulo, 2023).[9][10] Em 2019, publicou em e-book: "Palavra puxa palavra: uma homenagem aos 70 anos da saga O tempo e o vento" (Cia. das Letras), contendo sua longa entrevista com Érico Veríssimo para a revista Manchete em 1973[11].
Em julho de 2004, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva propôs a criação de um centro de pesquisa sobre o desenvolvimento com homenagem a Celso Furtado[12], que faleceu em 20 de novembro daquele ano.[13][14] Rosa Freire d'Aguiar foi fundadora do Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento - Cicef - em novembro de 2005, ao lado de intelectuais e políticos nacionais e internacionais. Entre 2005 e 2009 foi a primeira Presidente Cultural da associação, tendo permanecido em seu Conselho Deliberativo até 2012. Nesse período, ela organizou e tornou público o acervo bibliográfico de Celso Furtado[15] na, então, Biblioteca Celso Furtado, inaugurada em 2009.[16] Em 2019, doou o acervo bibliográfico e documental para o Instituto de Estudos Brasileiros - IEB, da Universidade de São Paulo.[17]