Revolta Ibérica de 197-195 a.C.
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A Revolta Ibérica de 197-195 a.C. foi uma rebelião dos povos celtiberos nas novas províncias da Hispânia criadas pelos romanos para regularizar o governo da região contra a dominação romana no começo do século II a.C.[13]
Revolta Ibérica de 197-195 a.C. | |||
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Cavaleiro ibérico. Obra ibérica parte das "Esculturas de Osuna". século III - I a.C. M.A.N., em Madrid | |||
Data | 197 a.C. – 195 a.C. | ||
Local | Hispânia | ||
Desfecho | Vitória romana | ||
Mudanças territoriais | Roma re-estabelece seu controle sobre a Hispânia[1] | ||
Beligerantes | |||
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Comandantes | |||
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Forças | |||
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Baixas | |||
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A partir de 197 a.C., a República Romana dividiu suas conquistas no sul e leste da Península Ibérica em duas províncias, a Hispânia Citerior e a Hispânia Ulterior[14], cada uma delas governada por um pretor. Apesar de várias causas terem sido propostas para o conflito, a mais aceita é que as mudanças administrativas e fiscais produzidas pela mudança teriam provocado a insatisfação das populações locais[15].
Depois do início da revolta na Hispânia Ulterior, Roma enviou os pretores Caio Semprônio Tuditano[16][17] para a província Citerior e Marco Hélvio Blasião[6] para a Ulterior. Pouco antes da revolta se propagar para sua nova província, Tuditano foi morto em combate. Blasião, por outro lado, conseguiu uma importante vitória na Batalha de Iliturgi[11]. Com a situação se deteriorando, Roma enviou os pretores Quinto Minúcio Termo e Quinto Fábio Buteão com a missão de solucionarem o conflito. Apesar disto e a despeito de algumas vitórias, como na Batalha de Turda[11], na qual Quinto Minúcio capturou o general celtibero Besadino[12], os dois também não conseguiram resolver completamente a situação.
Foi então que roma decidiu enviar, em 195 a.C., o cônsul Marco Pórcio Catão à frente de um exército consular para sufocar definitivamente a revolta[18]. Quando Catão chegou à Hispânia, encontrou a província Citerior em revolta, com as forças romanas controlando apenas umas poucas cidades fortificadas. Catão rapidamente estabeleceu uma aliança com Bilistages[19], o rei dos ilergetas, e teve o apoio de Públio Mânlio, o recém-nomeado pretor da Hispânia Citerior que chegou com a missão de ajudar o cônsul[20]. Catão marchou pela Península Ibérica, desembarcou em Rode e sufocou a revolta da população que ocupava o local. Em seguida, o exército marchou para Empório, onde ocorreu a maior batalha da guerra, contra um exército local numericamente muito superior[21]. Depois de uma longa e difícil batalha, Catão finalmente conseguiu uma vitória total[22], provocando mais de 40 000 baixas nas fileiras inimigas[10]. Depois desta grande vitória, a Hispânia Citerior caiu novamente sob o controle de Roma[23].
A Hispânia Ulterior, por outro lado, seguia em revolta e o cônsul teve que marchar até a Turdetânia para ajudar os pretores Públio Mânlio e Ápio Cláudio Nero[24]. Catão tentou estabelecer uma aliança com os celtiberos, que estavam atuando como mercenários dos turdetanos e de cujo serviço necessitava, mas não conseguiu convencê-los a mudar de lado[25]. Depois de uma demonstração de força — Catão marchou suas legiões através do território dos celtiberos[26] —, finalmente Catão conseguiu que os celtiberos voltassem para suas terras. Porém, a submissão das tribos locais era apenas aparente e quando correu a notícia de que Catão havia voltado para Roma, a revolta reiniciou. O próprio cônsul tratou de sufocar a nova revolta, atuando com decisão e efetivamente, vencendo os revoltosos definitivamente na Batalha de Bérgio[27]. Ao final, Catão vendeu os prisioneiros capturados como escravos e toda a população da província foi desarmada[28][29].