Primeiro Relatório de Avaliação Nacional sobre Mudanças Climáticas
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O Primeiro Relatório de Avaliação Nacional sobre Mudanças Climáticas (RAN1) é a primeira grande síntese científica produzida sobre o aquecimento global estudado na perspectiva brasileira. Ele é o principal resultado dos esforços do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC), órgão científico criado em 2009 pelo governo brasileiro para analisar as especificidades nacionais de um problema que afeta todo o planeta e coloca em grave risco o futuro da biodiversidade, do meio ambiente e da sociedade humana.
O RAN1 ratificou as conclusões dos relatórios do IPCC, que são as mais reputadas sínteses científicas da atualidade sobre o tema, a respeito da elevação inconteste das temperaturas mundiais, sua origem nas atividades humanas e seus efeitos negativos em grande escala, e apontou que o Brasil deve sofrer impactos negativos generalizados em decorrência do aquecimento global, com projetada redução significativa em suas chuvas na maior parte do território, tendência de aumento em outras áreas e assegurada elevação no nível do mar, gerando grande desequilíbrio ecológico e repercussões importantes sobre a biodiversidade, a produção de alimentos, a segurança e bem estar social, a indústria, o transporte, a saúde e virtualmente todos os outros setores da economia e da sociedade.
Ficou claro que o país ainda é um grande emissor de gases estufa, os responsáveis pelo aparecimento do fenômeno, com tendência de que as emissões se elevem num futuro próximo, e considerou-se que pouco tem sido feito praticamente no sentido de se preparar para os impactos incontornáveis e implantar medidas de mitigação das emissões para que os futuros efeitos adversos sejam minimizados ou de todo evitados. Além disso, foi citada a existência de muitas contradições entre as políticas públicas vigentes, que em parte fomentam a sustentabilidade e em parte vão na direção oposta. No entanto, o relatório mostrou também que no Brasil existe um grande potencial de adaptabilidade a baixo custo, que deve reverter em lucro significativo no longo prazo, desde que as mudanças necessárias sejam efetivadas com rapidez e em larga escala, pois de outra forma as consequências negativas devem ser inevitavelmente vastas e irreversíveis. Desde sua publicação, que ocorreu em partes entre 2013 e 2015, o RAN1 se tornou a principal referência nacional sobre o aquecimento global.