Perda auditiva induzida por ruído
alteração dos limiares auditivos resultante da exposição prolongada e contínua a elevados níveis de pressão sonora / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
A Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR) é a alteração dos limiares auditivos resultante da exposição prolongada e contínua a elevados níveis de pressão sonora (Anexo 1 - Norma Regulamentadora n° 7 - NR7).[1] Caracteriza-se como uma perda auditiva sensorioneural e tem como características principais a irreversibilidade e a progressão gradual com o tempo de exposição ao risco, isto é, uma vez que as células ciliadas forem lesadas não há como recuperá-las. A princípio, há o acometimento dos limiares nas frequências mais agudas, como, por exemplo, na faixa de 3000 a 6000 Hz. No entanto, caso a exposição não cesse, as frequências graves também serão lesionadas.[1]
Como já citado, a deterioração da audição acarretada pela PAIR pode ser devido a exposição crônica e repetida ao ruído mas também pode ocorrer devido a uma exposição curta mas de grande impacto, como um tiro ou uma explosão, chamado de Trauma Acústico. Contudo, o mesmo padrão ocorre: o som forte provoca super estimulação das células ciliadas, levando à lesão permanente ou morte das mesmas.[2]
Por sua etiologia, geralmente ocorre em trabalhadores expostos a ambientes muito ruidosos e pensando nisso, existe a terminologia perda auditiva ocupacional,[3] pois além do ruído, outros agentes de risco presentes nos ambientes de trabalho, como produtos químicos e vibração, que em ação combinada, podem levar ao desenvolvimento de uma perda auditiva.[4] Mas além dos fatores ocupacionais, a PAIR também pode ocorrer devido a exposições ao ruído ambiental ou em atividades recreativas, sociais e militares. Sendo assim fica em evidencia a importância de trazer ao conhecimento de todos que a Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR) acontece não somente em indústria e sim no nosso dia a dia.
Apesar da PAIR, por si só não indicar incapacidade ao trabalho, de acordo com a portaria nº 6.734 de 9 de Março de 2020,[5] a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou que no ano de 2000, a patologia era responsável por 19,0% dos anos vividos com incapacidade causada por todas as doenças e agravos decorrentes de fatores ocupacionais, em todo o mundo.[6]
Os sintomas mais prevalentes, além daqueles relacionados a dificuldade auditiva como a dificuldade de compreensão de fala, o zumbido (tinnitus) e a intolerância a sons intensos, os indivíduos com PAIR ainda podem relatar queixas como cefaleia (dor de cabeça), tontura, irritabilidade, problemas digestivos, entre outros.[7]
Atualmente, existe uma variedade de estratégias de prevenção disponíveis para evitar ou reduzir a perda auditiva, como diminuir a intensidade do som em sua fonte, limitar o tempo de exposição ao ruído e utilizar proteção física. Nos casos onde o ruído é o fator de risco ocupacional são propostos o uso do Equipamento de Proteção Individual (EPI), que pode reduzir os efeitos negativos do ruído excessivo. Se não for prevenida e houver a instalação da perda auditiva pode ser necessário o uso de aparelhos de amplificação sonora individual e a realização de terapias de reabilitação auditiva.[8]