Parotidite epidémica
doença humana viral e contagiosa / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Parotidite epidémica, conhecida popularmente por papeira (português europeu) ou papeira/caxumba (português brasileiro), é uma doença viral causada pelo vírus da parotidite.[2] Os sinais e sintomas iniciais mais comuns são febre, dores musculares, dores de cabeça e cansaço.[1] A estes sintomas segue-se inflamação dolorosa de uma ou mais glândulas salivares parótidas.[4] Os sintomas geralmente têm início entre 16 e 18 dias após a exposição ao vírus e desaparecem ao fim de sete a dez dias.[2][1] Os sintomas em adultos são muitas vezes mais graves do que em crianças.[1] Cerca de um terço das pessoas apresenta sintomas leves ou não apresenta sequer sintomas.[1] Entre as possíveis complicações estão a meningite (15%), pancreatite (4%), surdez permanente e inflamação dos testículos que, embora pouco comum, pode causar infertilidade.[1] As mulheres podem desenvolver uma inflamação dos ovários, embora isto não afete o risco de infertilidade.[4]
Parotidite epidémica | |
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As parótidas infectadas são o sintoma mais característico. | |
Sinónimos | Papeira (português europeu) ou caxumba (português brasileiro) |
Especialidade | Infectologia |
Sintomas | Febre, dores musculares, dores de cabeça, cansaço, inflamação dolorosa da glândula parótida[1] |
Complicações | Meningite, pancreatite, surdez, infertilidade nos homens[1] |
Início habitual | ~17 dias após exposição[2][1] |
Duração | 7–10 dias[2][1] |
Causas | Vírus da parotidite infecciosa[2] |
Método de diagnóstico | Cultura viral, anticorpos no sangue[2] |
Prevenção | Vacina VASPR[1] |
Tratamento | Terapia de apoio[3] |
Medicação | Analgésicos, imunoglobulina intravenosa[4] |
Prognóstico | 1 morte em cada 10 000 casos[1] |
Frequência | Mais comum nos países em desenvolvimento[5] |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | B26 |
CID-9 | 072 |
CID-11 | 1208294714 |
DiseasesDB | 8449 |
MedlinePlus | 001557 |
eMedicine | emerg/324 |
MeSH | D009107 |
Leia o aviso médico |
A parotidite epidémica é altamente contagiosa e propaga-se rapidamente entre as pessoas que partilham um mesmo espaço.[6] O vírus é transmitido por gotículas provenientes da respiração ou por contacto direto com a pessoa infetada.[2] A doença é transmitida apenas pelo ser humano.[1] As pessoas infetadas são contagiosas desde sete dias antes do início dos sintomas até oito dias depois.[7] Uma vez curada a infeção, a pessoa geralmente torna-se imune para toda a vida.[1] Embora seja possível ser novamente infetada, as infeções posteriores tendem a ser ligeiras.[8] O diagnóstico baseia-se na inflamação das parótides e pode ser confirmado isolando o vírus num esfregaço do ducto parotídeo.[2] As análises do sangue para a presença de anticorpos no sangue são simples e podem ser úteis. No entanto, podem resultar em falsos negativos nas pessoas imunes.[2]
A parotidite epidémica pode ser prevenida com a vacina contra a parotidite epidémica.[1] A vacina está incluída nos planos de vacinação de maior parte dos países desenvolvidos. Geralmente está incluída na vacina VASPR, que também oferece imunidade contra o sarampo e rubéola.[1] Em países com baixos índices de vacinação pode-se verificar aumento de casos entre pessoas mais velhas, piorando o prognóstico.[4] Não existe tratamento específico.[1] As medidas de alívio passam por controlar os sintomas com analgésicos como o paracetamol.[4] Em algumas complicações pode ser útil administrar imunoglobulina por via intravenosa.[4] No caso da pessoa desenvolver meningite ou pancreatite pode ser necessária hospitalização.[6][8] Cerca de uma em cada dez mil pessoas infetadas morre.[1]
Sem vacinação, entre 0,1 e 1% da população é infetada em cada ano.[1] A vacinação em massa permitiu diminuir a prevalência da doença em mais de 90%.[1] A parotidite epidémica é mais comum nos países em vias de desenvolvimento, onde a vacinação é menos frequente.[5] No entanto, é possível a ocorrência surtos entre a população vacinada.[4] Antes da introdução da vacina, a papeira era uma doença infantil bastante comum em todo o mundo[1] e geralmente ocorriam surtos de grande dimensão a cada dois a cinco anos.[1] O grupo mais afetado eram as crianças entre os cinco e nove anos de idade.[1] Entre a população vacinada, a faixa etária mais afetada são as pessoas com vinte e poucos anos.[4] Nas latitudes próximas do equador, a doença ocorre durante todo o ano, enquanto nas regiões mais a norte ou mais a sul é mais comum no verão e na primavera.[1] A inflamação dolorosa das glândulas parótidas e dos testículos foi descrita por Hipócrates no século V.[2]