Ordem implícita e explícita
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Ordem implícita e ordem explícita, ou ordem implicada e ordem explicada (no sentido de plica, dobra) são conceitos ontológicos para a teoria quântica cunhados pelo físico teórico David Bohm durante o início dos anos 80, também conhecidos sob o nome teoria da ordem implícita. Eles são usados para descrever duas estruturas diferentes para se entender o mesmo fenômeno ou aspecto da realidade. Em particular, os conceitos foram desenvolvidos para explicar o comportamento bizarro de partículas subatômicas que a física quântica se esforça em explicar. Eles guardam semelhança com a noção de potencialidade e atualidade cósmica da filosofia antiga.
No livro Totalidade e a Ordem Implicada de Bohm, ele usou essas noções para descrever como a aparência de tais fenômenos pode aparecer de maneira diferente ou ser caracterizada por vários fatores principais, dependendo de contextos tais como escalas.[1] A ordem implícita (também chamada de "envolta") é vista como uma ordem mais profunda e mais fundamental da realidade. Em contraste, a ordem explícita ou "desdobrada" inclui as abstrações que os humanos normalmente percebem. Como ele escreveu,
- Na ordem envolta [ou implicada], espaço e tempo não são mais os fatores dominantes que determinam as relações de dependência ou independência de diferentes elementos. Em vez disso, é possível um tipo totalmente diferente de conexão básica de elementos, a partir da qual nossas noções comuns de espaço e tempo, juntamente com as de partículas materiais existentes separadamente, são abstraídas como formas derivadas da ordem mais profunda. De fato, essas noções comuns aparecem na chamada ordem "explicada" ou "desdobrada", que é uma forma especial e distinta contida na totalidade geral de todas as ordens implicadas (Bohm 1980, p. xv).