Operações de manutenção da paz em Nagorno-Karabakh
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A missão de manutenção da paz no Nagorno-Karabakh refere-se às operações de manutenção da paz em curso pela Rússia na região de Nagorno-Karabakh após a Segunda Guerra de Nagorno-Karabakh em 2020. A operação visa monitorizar o cessar-fogo entre as forças armênias e azerbaijanas. Além das forças militares russas, a Turquia também dispõe de pessoal a trabalhar num centro conjunto de vigilância russo-turco.
Após a guerra, em conformidade com o acordo de cessar-fogo assinado em 10 de novembro de 2020, a Rússia envia para a região um contingente de manutenção da paz de 1.960 militares,[1] fornecido pela 15.ª Brigada de Fuzileiros Motorizados de Guardas das Forças Terrestres Russas[2] e liderada pelo Tenente General Rustam Muradov.[3] As forças de manutenção da paz, com quartéis-generais perto de Stepanakert, estabeleceram postos de observação ao longo da linha de contato de Nagorno-Karabakh e ao longo do corredor de Lachin.[4] A partir de Novembro, a Rússia auxilia o Comité Internacional da Cruz Vermelha a recuperar e trocar os corpos dos soldados mortos em combate de ambos os lados, com as forças de manutenção da paz russas iniciando então operações de desminagem na área.[5]
Em 11 de novembro, foi assinado um memorando de entendimento entre a Rússia e a Turquia para estabelecer um Centro Conjunto para o Monitoramento Russo-Turco perto de Marzili, em Aghdam, no Azerbaijão.[6] Em Dezembro, a Turquia enviou 136 sapadores para o Azerbaijão para ajudar a desminar a região e treinar o pessoal de desminagem azerbaijano.[7] O país também destaca 35 dos seus oficiais para o Azerbaijão.[8] O Centro Conjunto para o Monitoramento entrou em operação em 30 de janeiro de 2021, com um total de 60 militares de ambos os lados monitorando o cessar-fogo por meio de veículos aéreos não tripulados. O Estado-Maior turco do Centro Conjunto para o Monitoramento é chefiado pelo Major General Abdullah Katırcı, e o Estado-Maior Russo é chefiado pelo Major General Victor Fedorenko, enquanto o próprio centro é guardado por militares azerbaijanos.[9]
A primeira grande ruptura do cessar-fogo confirmada pelas forças russas de manutenção da paz na região ocorreu em 11 de dezembro, perto de Hadrut. As aldeias de Çaylaqqala, Kohne Taghlar, bem como o mosteiro de Katarovank tornaram-se um reduto da República de Artsakh na província de Hadrut durante a guerra.[10] Os confrontos eclodiram em torno do bolsão armênio, apesar do acordo de cessar-fogo, as forças azerbaijanas assumiram o controle de Kohne Taghlar em 12 de dezembro, e alguns confrontos continuaram na região.[11][12] Mais tarde, as autoridades de Artsakh confirmaram que seis dos seus militares ficaram feridos. Ambos os lados acusam-se mutuamente de terem reacendido o conflito. As forças de manutenção da paz russas pediram então a ambas as partes que respeitassem o cessar-fogo.[13] No dia 13 de dezembro, o contingente russo de manutenção da paz recuperou o controle da localidade.[14] Contudo, no dia seguinte, o Ministério da Defesa da Federação Russa publicou um mapa mostrando as duas aldeias fora das fronteiras da missão de manutenção da paz,[15] e ambas ficaram sob o controle do Azerbaijão.[16]
O bloqueio de Nagorno-Karabakh suscitou críticas internacionais e levantou dúvidas sobre a capacidade e a vontade das forças de manutenção da paz em cumprir a sua missão de garantir a liberdade e a segurança de circulação ao longo do corredor de Lachin, em conformidade com o acordo de cessar-fogo trilateral de 9 de novembro de 2020.[17][18] Entre 19 e 20 de setembro de 2023, o Azerbaijão lança uma ofensiva militar contra Nagorno-Karabakh. São relatados ataques a edifícios e infraestruturas civis, incluindo bombardeamentos e tiros de artilharia na capital Stepanakert.[19][20] Um cessar-fogo foi mediado pelo comando de manutenção da paz russo no segundo dia após a rendição do Exército de Defesa de Artsaque.[21]