Quinto Império
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O Quinto Império é uma crença messiânica-milenarista reformada pelo padre António Vieira no século XVII, que no seguimento do pensamento anterior do mito das Três Idades do monge Joaquim de Flora[1][2] e depois que o ligou à acção civilizadora dos portugueses,[3] preconiza que o Império Português seria considerado o quinto e último império do mundo. Este Império, através de um reinado temporal e espiritual, levaria a fé cristã para todo o mundo e promoveria a paz e a felicidade por um período de mil anos de abastança, a chamada Idade do Ouro, que resultaria no fim dos tempos.
A crença baseava-se na visão profética de Daniel sobre a interpretação do sonho do rei caldeu, Nabucodonosor. Em sua visão, Daniel vê uma estátua em forma de homem, que possuía a cabeça em ouro; o peito e os braços em prata; o ventre e as coxas de bronze; as pernas de ferro, e os pés parte de ferro e parte de barro. E então uma pedra cortada sem o auxílio de mãos derrubaria tal estátua.
Padre Vieira fez uma interpretação do sonho bíblico para dar o significado dos reinos não revelados por Daniel ao rei. A cabeça de ouro seria os Assírios, conforme já indicado por Daniel; os peitos e braços de prata seriam os Persas; o ventre de bronze, os Gregos; as pernas e os pés de metal e barro, seria os Romanos; e por fim a pedra, seria o quinto e último império, seria o Império Português.
Diferente dos impérios anteriores, o Quinto Império materializaria o poder divino para todo o sempre. Enquanto os Impérios anteriores não tinham conhecimento sobre a extensão de todo o mundo, o mais novo Império já o conhecia, e com isso seria capaz de cumprir a ambição de se expandir e se consagrar por toda a Terra, fazendo do “Mundo” um espaço sem fronteiras e abraçado pela força divina.