Não matarás
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"Não matarás" (Bíblia King James (BKJ)), também noutros textos[1] (BJ, WEB), (hebraico לא תרצח, pronúncia em hebraico: [lɔʔ tirətˤaħ] ou [lo tirəṣaḥ] = "Não matarás"), é o "Sexto Mandamento da Lei de Javé Deus", na ordem original talmúdica, como ela foi dada a Moisés no Monte Sinai, em duas ocasiões (a primeira, relatada em Êxodo 20: 1–17,[2] e a segunda, em Deuteronômio 5: 4–21[3]), que estabelece a natureza exclusiva da relação entre a nação de Israel e Javé, O Deus de Israel,[4] que Ele iniciou, após libertar os israelitas da escravidão por meio da sobrevinda das pragas ao Egito e, assim, pois, do Êxodo,[5] dando, pois, seguimento a "Os Dez Mandamentos", que são amplamente acolhidos como imperativos espirituais e morais por biblistas, estudiosos, historiadores e teólogos, tanto cristãos como judeus, e que se consideram, em vasta maioria, como aplicáveis ao povo de Javé Deus também na "Era da Graça", colimados por Jesus Cristo nos Dois Mandamentos do Amor, que são Um Só[6][7][8].
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Na dinâmica espiritual judaica originária, homicídio, acha-se cuidadosamente amparado por uma prescrição mandamental diretamente ordenada por Javé Deus (LXX; οὐ φονεύσεις)[9]. Com efeito, a salvaguarda da vida humana constituiu-se em atenção primordial d'O Criador, que, muito naturalmente, sempre desejou o bem, a bênção e a vida para Seu povo, inobstante sua constante e renitente rebeldia.
Esse Sexto Mandamento Talmúdico da Lei Mosaica, portanto, guarda íntima conexão com o Decálogo em sua inteireza, pois, ontologicamente, para que alguém possa oferecer adoração, precisa estar vivo, "tudo aquilo que possa desviar a adoração e a atenção exclusivas a'O Senhor Javé Deus, muito embora seu escopo seja essencialmente mais abrangente, precisa ser cuidado. Considera-se que, em sentido geral, idolatria seja a oferta de algum tributo [de honra] a algo criado [portanto, um "ídolo").[10] Nos tempos antigos, oportunidades para participar na homenagem ou adoração de outras divindades, abundantes. Conforme o Livro de Deuteronômio, os israelitas foram estritamente advertidos a não adotar nem adaptar qualquer das práticas religiosas dos povos ao seu redor.[11] Contudo, a história do povo de Israel até o cativeiro babilônico reflete a violação desse segundo mandamento e suas conseqüências, pela adoração de "deuses estrangeiros". Grande parte da pregação bíblica da época de Moisés para o exílio orienta a escolha da adoração exclusiva a Javé Deus, em lugar de aos falsos deuses.[12] O exílio babilônico parece ter sido um ponto de virada, após o qual o povo judeu como um todo tornou-se fortemente monoteísta e disposto a lutar batalhas (como a Revolta dos Macabeus) e enfrentar o martírio antes de homenagear qualquer outro deus.[13]
A declaração-oração "Shemá Israel" e o conjunto de bênçãos e maldições decorrentes revelam a intenção do mandamento de incluir o amor sincero a'O Único e Verdadeiro Deus, e não apenas meramente o reconhecimento ou observância exteriores.[14] Nos Evangelhos, Jesus Cristo cita o "Shemá Israel" como O Maior Mandamento,[15] e os apóstolos, depois d'Ele, pregaram que aqueles que seguem a Jesus Cristo devem abandonar os ídolos. O Catecismo católico e também os teólogos da Reforma e pós-Reforma têm ensinado que o mandamento aplica-se aos tempos modernos e proíbe a adoração tanto de "ídolos físicos" (imagens de escultura), como a busca de atividade ou orientação espiritual de qualquer outra fonte (astrólogos, magos etc.), bem como o foco em prioridades temporais, como desejos (comida, prazer físico), trabalho e dinheiro, por exemplo.[16] O Catecismo católico elogia aqueles que se recusam até mesmo simular tal adoração num contexto cultural, uma vez que "o dever de oferecer adoração autêntica a Deus deve ser a preocupação do homem, como indivíduo e como ser social".[17]
Na Era da Graça, trazida por Jesus Cristo, conforme o ensino de toda a sua vida terrena — contudo, mais especificamente, na pronunciação do Sermão da Montanha — esse mandamento ganha foro muito mais abrangente, uma vez que recebe a interpretação espiritual.