Psicologia médica
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Psicologia médica é o ramo da medicina que tem a psicologia como campo interdisciplinar específico, além de um grupo de procedimentos realizados por psicólogos - principalmente em alguns estados norte-americanos, na área da saúde. Difere da psicologia hospitalar (que no Brasil também chega a ser chamada psicologia médica[1]) mais quando envolve uma ligação direta com a psicofarmacologia) e utiliza a prescrição de medicamentos psicotrópicos em sua prática. Aliás, a prescrição de substâncias psicoativas por psicólogos tem sido objeto de polêmicos debates no campo jurídico estadual naquele país (ver certificações abaixo), apesar do reconhecimento da necessidade de psicólogos com especialização em psicofarmacologia e tratamento da drogadição, bem como do amplo e reconhecido uso da psicofarmacologia por psicólogos no âmbito de todas as forças armadas por meio de diretivas do Departamento de Defesa [2] Pode também ser definida como o estudo das relações médico-paciente e das ações psicológicas na prática médica em geral (o que não é o caso desse artigo, pois, neste, a psicologia médica difere não só da hospitalar, como também de outras definições),[3] associada a diversos "movimentos" promotores da humanização da medicina, do SUS, o Sistema Único de Saúde em todos os níveis, ou "medicina da pessoa" na prática clínica individual.
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Grandes contribuições à psicopatologia vieram da psicologia médica, em especial das contribuições de Ernst Kretschmer (1888 - 1964). Pode-se dizer que esta já se constitui como uma ciência única e independente da psiquiatria e da psicologia. Merecem destaques, também, as contribuições do neurologista Sigmund Freud (1856 — 1939), que recomendava a especialização em psicanálise das distintas especialidades médicas, aperfeiçoando os profissionais na lida com os processos transferenciais da relação médico-paciente. Atribui-se ao médico e psicanalista Franz Alexander (1891 — 1964) as primeiras aplicações da psicanálise no tratamento dos distúrbios psicossomáticos.
Segundo Gorayeb e Guerrelhas (2003), a partir do final do século XX, a psicologia intensificou sua atuação relacionada à saúde biológica, sendo, então, incluída na prática médica. O movimento psicossomático favoreceu a entrada de profissionais de saúde mental no hospital geral (primeiro os psiquiatras e depois os psicólogos), possibilitando o trabalho relacionado a problemas no funcionamento saudável dos organismos humanos.[4] Ainda para esses autores essa área do conhecimento pode se desenvolver mais caso as universidades brasileiras ofereçam mais programas de pós-graduação nas áreas aplicadas, para favorecer a formação de pesquisadores na área de psicologia clínica da saúde.
Entre as contribuições recentes da psicologia médica inclui-se a humanização das UTIs e o desenvolvimento e utilização de aparelhos de medida do Índice Bispestral para avaliação da hipnose e nível de consciência na anestesia e coma induzido. [5] Observe-se que essa aplicação da psicologia à área da saúde não se limita à atuação do psicólogo, antes consiste na disponibilização de conhecimentos de psicologia (geralmente por integração em serviços multiprofissionais ou interconsulta) aos demais profissionais de saúde.