Lúpus eritematoso disseminado
doença autoimune / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Lúpus eritematoso disseminado, ou simplesmente lúpus, é uma doença autoimune em que o sistema imunitário ataca tecidos saudáveis em várias partes do corpo.[1] A intensidade dos sintomas varia de pessoa para pessoa, podendo ser ligeiros ou graves.[1] Os sintomas mais comuns são articulações dolorosas e inchadas, febre, dor torácica, perda de cabelo, úlceras na boca, aumento de volume dos gânglios linfáticos, fadiga e uma erupção cutânea vermelha, mais comum no rosto.[1] Geralmente alternam-se períodos de exacerbação dos sintomas e períodos de remissão com poucos sintomas.[1]
Lúpus eritematoso disseminado | |
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Erupção cutânea (irritação) em forma de borboleta tipicamente presente nas bochechas de pessoas com lúpus | |
Sinónimos | Lúpus, lúpus eritrematoso sistémico (português europeu) ou sistêmico (português brasileiro) |
Especialidade | Reumatologia |
Sintomas | Articulações dolorosas e inchadas, febre, dor torácica, perda de cabelo, úlceras na boca, aumento de volume dos gânglios linfáticos, fadiga, erupção cutânea[1] |
Início habitual | 15–45 anos de idade[1][2] |
Duração | Crónica[1] |
Causas | Pouco claras[1] |
Método de diagnóstico | Baseado nos sintomas e análises ao sangue[1] |
Medicação | AINEs, corticosteroides, imunossupressores, hidroxicloroquina, metotrexato[1] |
Prognóstico | Sobrevivência a 15 anos: ~80%[3] |
Frequência | 2–7 em cada 10 000[2] |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | L93, M32 |
CID-9 | 710.0 |
CID-11 | 749596428 |
OMIM | 152700 |
DiseasesDB | 12782 |
MedlinePlus | 000435 |
eMedicine | med/2228 emerg/564 |
MeSH | D008180 |
Leia o aviso médico |
A causa da doença ainda não é totalmente compreendida.[1] Pensa-se que consista numa combinação de fatores genéticos e fatores ambientais.[4] Entre gémeos verdadeiros, se um é afetado existe uma possibilidade de 24% do outro também o vir a ser.[1] Entre os possíveis fatores de risco estão as hormonas sexuais femininas, exposição à luz do sol, fumar, deficiência de vitamina D e algumas infeções.[4] O mecanismo envolve uma resposta imunitária dos anticorpos contra os tecidos da própria pessoa.[1] Os anticorpos envolvidos são geralmente os anticorpos antinucleares, causando inflamação.[1] O diagnóstico pode ser difícil de ser realizado e baseia-se nos sintomas e em análises laboratoriais.[1] Existem uma série de outros tipos de lúpus eritematoso, incluindo lúpus eritematoso discoide, lúpus neonatal e lúpus eritematoso cutâneo subagudo.[1]
Não existe cura para o LES.[1] O tratamento consiste na administração de anti-inflamatórios não esteroides, corticosteroides, imunossupressores, hidroxicloroquina e metotrexato.[1] Não há evidências de que as práticas de medicina alternativa tenham qualquer influência na doença.[1] A esperança de vida entre pessoas com LES é menor.[5] A doença aumenta significativamente o risco de doenças cardiovasculares, as quais são a causa de morte mais comum entre os portadores da doença.[4] Com os tratamentos modernos, cerca de 80% das pessoas com lúpus sobrevive além dos 15 anos após o diagnóstico.[3] Embora a gravidez de uma mulher com lúpus seja considerada de risco, na maior parte dos casos decorre sem problemas.[1]
A prevalência de LES entre países varia de 20 a 70 casos por cada 100 000 pessoas.[2] As mulheres em idade fértil são cerca de nove vezes mais afetadas do que os homens.[4] Embora o início da doença seja mais comum entre os 15 e 45 anos, pode surgir a qualquer idade.[1][2] O risco é maior em pessoas de ascendência africana, chinesa ou caribenha do que em pessoas brancas.[4][2] A prevalência da doença em países em vias de desenvolvimento não é clara.[6] "Lúpus" é o termo latim para "lobo". A doença era assim denominada no século XIII pelo facto de a erupção cutânea se assemelhar à mordida de um lobo.[7]