José Lutzenberger
agrônomo, escritor, filósofo, paisagista e ambientalista brasileiro (1926-2002) / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
José Antonio Lutzenberger (Porto Alegre, 17 de dezembro de 1926 — Porto Alegre, 14 de maio de 2002) foi um agrônomo, escritor, filósofo, paisagista e ambientalista brasileiro que participou ativamente na luta pela preservação ambiental.
José Lutzenberger | |
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Lutzenberger na entrega do Prêmio Nobel Alternativo. Right Livelihood Award Foundation Archive | |
5.° Secretário do Meio Ambiente da Presidência da República do Brasil | |
Período | 15 de março de 1990 até 23 de março de 1992 |
Presidente | Fernando Collor |
Antecessor(a) | Ben-hur Luttembarck Batalha (secretário interino) |
Sucessor(a) | José Goldemberg (secretário interino) |
Dados pessoais | |
Nome completo | José Antônio Lutzenberger |
Nascimento | 17 de dezembro de 1926 Porto Alegre (RS) |
Morte | 14 de maio de 2002 (75 anos) Porto Alegre (RS) |
Nacionalidade | brasileiro |
Prêmio(s) | Prêmio Right Livelihood (1988) |
Profissão | agrônomo, ecologista |
Filho de imigrantes alemães, formou-se como agrônomo especializado em adubos, e por muitos anos trabalhou para companhias do setor, a maior parte do tempo para a Basf, viajando a serviço para vários países como um técnico e executivo da empresa. No fim dos anos 1960 começou a se desiludir com as políticas agrícolas danosas para o meio ambiente, e em 1970 deixou seu emprego para dedicar-se à causa do ambientalismo.
Em 1971, junto com um grupo de simpatizantes de Porto Alegre, fundou a Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), uma das primeiras associações ecológicas do Brasil, e à sua testa ganharia projeção local, nacional e internacional em inúmeras campanhas, conseguindo importantes conquistas em uma época em que o ambientalismo ainda era coisa desconhecida pela maioria. De fato, conseguiu chamar grande atenção para o tema com sua personalidade enérgica e combativa e seu sólido preparo intelectual e científico. Sua liderança do movimento no Brasil se consolidou em 1976, quando lançou o livro Manifesto Ecológico Brasileiro: O Fim do Futuro?, sua obra mais conhecida. Publicou muitos outros textos e palestrou pelos quatro cantos do mundo, sensibilizando grandes e influentes audiências, e ao mesmo tempo despertando a fúria de outros setores da sociedade, sendo chamado, ao mesmo tempo, de gênio pioneiro e de louco fanático.
Em 1987 se desligou da Agapan e criou a Fundação Gaia, dedicada à promoção de um modelo de vida sustentável, presidindo-a até sua morte. Continuava envolvido em inúmeros outros projetos locais e em outras regiões, conduzindo também uma empresa de reciclagem de resíduos industriais. Em 1990 foi convidado pelo presidente Fernando Collor de Melo para assumir a pasta do Meio Ambiente. Sua atuação foi breve e muito controversa, mas deixou realizadas obras importantes como a demarcação das terras ianomâmis. Seu estilo contundente de crítica, não poupando ninguém, muito menos o governo, não cessou de lhe trazer problemas, e após denunciar a corrupção no Ibama, em 1992, foi demitido.
Afastado da cena política, deu continuidade ao seu trabalho independente, sendo constantemente solicitado a dar entrevistas, palestras e assessorias de várias espécies até o fim da vida, procurando manter-se atento aos novos problemas ambientais que o progresso vem trazendo, e sugerindo soluções que o mesmo progresso pode oferecer se conduzido com sabedoria. O valor de sua contribuição foi reconhecido mundialmente, recebendo inúmeras distinções importantes, como o Prêmio Nobel Alternativo, a Ordem do Ponche Verde, a Ordem de Rio Branco, a Ordem do Mérito da República Italiana e doutorados honoris causa, além de ser celebrado como um dos pioneiros e um dos maiores ícones do movimento ecológico brasileiro.