História da música erudita em Porto Alegre
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A história da música erudita em Porto Alegre, a capital do Rio Grande do Sul, Brasil, inicia no fim do século XVIII, mas há muito escassa informação sobre este período, aparentemente marcado pelo improviso e dominado pelos saraus domésticos amadorísticos, embora na Igreja Matriz provavelmente já houvesse alguma prática consistente, sendo documentado um mestre de capela estável em torno de 1800. Este campo artístico só começou a florescer de fato em meados do século XIX, quando já havia diversos professores e grupos de câmara em atividade e é fundado o Theatro São Pedro, uma casa suntuosa que permitiu a apresentação de óperas e música sinfônica. No fim do século a atividade musical já era intensa, com muitos profissionais, associações e grupos.
A consolidação definitiva ocorreu ao longo do século XX, com a fundação de um curso superior, a multiplicação dos profissionais, a criação de diversas orquestras, clubes, grupos vocais e instrumentais e um sindicato, a vasta ampliação do repertório, a visita assídua de grandes intérpretes nacionais e estrangeiros, a formação de um corpo de compositores de grande mérito, a expansão do público, e com as facilidades propiciadas pelas gravações e a divulgação radiofônica e televisiva da música, projetando a cidade em todo o estado como o principal pólo produtor e irradiador de influência.
Atualmente Porto Alegre tem um público considerável para a música erudita; está no roteiro de concertistas de fama internacional, conta com uma orquestra sinfônica e uma orquestra de câmara estáveis e reputadas, e inúmeros grupos de câmara e solistas vocais e instrumentais, bem como grande número de escolas de música e espaços de apresentação. Há um significativo desenvolvimento na musicalização infantil nas escolas públicas, na pesquisa acadêmica e na qualificação profissional avançada nos cursos de graduação e pós-graduação em música da UFRGS. Apesar desse avanço considerável, o campo da música erudita na cidade sempre enfrentou desafios importantes, sendo cronicamente carente de verbas e apoio institucional suficientes, e por isso muitas iniciativas não duraram muito tempo ou não atingiram todos os seus objetivos. Em anos recentes os profissionais vêm enfrentando novos problemas, atuando num mercado de trabalho muito competitivo, instável e precarizado por uma conjuntura econômica e políticas públicas desfavoráveis.