História de Sacavém
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A história de Sacavém é a história de uma localidade que, pela sua posição estratégica – situada na encruzilhada dos caminhos que, vindos do Norte e do Este, se dirigiam a Lisboa – esteve presente em inúmeros momentos da História portuguesa.
Povoação antiquíssima, existiu no tempo dos Romanos uma ponte em Sacavém cujos vestígios ainda eram visíveis, pelo menos, no século XVI (segundo o relato de Francisco de Holanda). Do tempo da ocupação mourisca ficou, aparentemente e sem ser confirmado, o topónimo de origem arábica (شقبان, Šaqabān); imediatamente após a tomada de Lisboa pelos cristãos, em 1147, parece ter ocorrido aqui um combate (a Batalha de Sacavém), hoje comummente considerado lendário.
Durante a Idade Média, Sacavém constituiu um reguengo, do qual viriam a ser beneficiários o almirante Manuel Pessanha, a rainha D. Leonor Teles, e depois o Condestável Nuno Álvares Pereira. Por morte deste, passou a sua posse para a Casa de Bragança, à qual viria a pertencer até à queda da monarquia.[1]
Severamente danificada durante o Terramoto de 1755, Sacavém entrou num lento marasmo que durou cerca de um século, até cerca de 1850 se iniciar a sua industrialização – donde ressalta a fundação da célebre Fábrica de Loiça de Sacavém, que espalhou o nome de Sacavém por Portugal e pelo Mundo, e a passagem do caminho-de-ferro pela povoação. Esta situação contribuiu para um aumento populacional sustentado, até meados da década de 1970, favorecendo ainda o desenvolvimento do associativismo (Cooperativa «A Sacavenense», Sport Grupo Sacavenense, entre outros).
No final da década de 1980, a freguesia ganha a sua actual configuração geográfica, com a separação da Portela de Sacavém e do Prior Velho. Em 4 de Junho de 1997, Sacavém vê enfim reconhecido todo o seu valor e potencial, tendo sido elevada a cidade. Meses mais tarde, era inaugurada a Ponte Vasco da Gama, ligando Sacavém a Montijo, e que se tornou uma obra de referência na paisagem urbana da povoação.