Guerra Gótica (376–382)
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Guerra Gótica foi uma revolta gótica no Império Romano nos Bálcãs entre c. 376 e 382. A guerra e em particular a Batalha de Adrianópolis são geralmente consideradas um divisor de águas na história do Império Romano, o primeiro de uma série de eventos ocorridos no século V que viria a colapsar o Império Romano do Ocidente, embora sua importância à posterior queda do império é ainda debatida.[1][2]
Guerra Gótica (376–382) | |||
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Guerras Góticas | |||
Painel em relevo do Sarcófago Ludovisi descrevendo uma batalha entre godos e romanos, c. 260 | |||
Data | 376/77–82 | ||
Local | Bálcãs | ||
Desfecho | Vitória pírrica romana | ||
Beligerantes | |||
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Comandantes | |||
Com a invasão dos hunos em 376, grande quantidade de godos chegou às margens do rio Danúbio solicitando asilo no Império Romano. O imperador Valente (r. 364–378) permitiu aos tervíngios de Fritigerno e Alavivo cruzarem, porém negou travessia aos grutungos de Alateu e Safrax. Após atravessarem próximo de Durostoro, os tervíngios foram distribuídos ao longo da margem sul do Danúbio na Mésia Inferior enquanto esperavam o iniciar da alocação de terras. Logo os imigrantes sofreram da carestia de alimentos e os oficiais romanos Lupicino e Máximo, aproveitando-se disso, extorquiram os recém-chegados.
Os tervíngios rebelaram-se contra a opressão dos oficiais romanos, levando Lupicino a transferi-los às cercanias de Marcianópolis, a capital provincial. No processo, tropas romanas aquarteladas ao longo do Danúbio foram deslocadas para o sul, permitindo que os grutungos atravessarem o rio. Os tervíngios foram assentados próximo de Marcianópolis, enquanto Lupicino convidou Fritigerno e Alavivo para um banquete dentro da cidade. Devido a um conflito entre godos famintos e alguns soldados romanos da guarnição, ordenou que os godos do banquete fossem assassinados, mas Fritigerno conseguiu escapar ou convencê-lo a libertá-lo para tentar apaziguar seu povo.
Fritigerno e os tervíngios, com auxílio dos grutungos, decidiram rebelar-se contra o Império Romano. Uma prolongada guerra seria travada entre os bárbaros e seus aliados e as tropas imperiais. Muitos oficiais de alta patente romanos pereceram nos combates, incluindo o próprio imperador Valente em Adrianópolis. A guerra só seria concluída quando Teodósio (r. 378–395) assinou a paz com os rebeldes em 382 segundo a qual os godos do interior do império seriam assentados permanentemente.