Giulio Cesare in Egitto
ópera em três atos composta por Georg Friedrich Händel / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Giulio Cesare in Egitto (HWV 17) é uma ópera em três atos do compositor alemão naturalizado britânico Georg Friedrich Händel (1685-1759), completada em dezembro de 1723 e que teve sua estreia em 20 de fevereiro de 1724 no King's Theatre em Londres, quando a carreira lírica do compositor estava no auge. A primeira montagem da ópera contou com vários cantores de renome na época como a soprano Francesca Cuzzoni (1696-1778) e os castrati Senesino (1686-1758) e Gaetano Berenstadt (1687-1734).
A ópera foi reapresentada cerca de dez vezes entre janeiro e fevereiro de 1725. Na ocasião, o autor fez diversas modificações, reduzindo alguns recitativos e diminuindo ainda mais a importância dos papéis de Cúrio e Nirenus, que se tornou um personagem silencioso. Mas Nirenus acabou ganhando mais destaque em novas mudanças na mesma temporada. No mesmo ano, a ópera foi levada para Brunswick e Hamburgo sendo encenada nesta última cidade sucessivas vezes até 1737. Após o fracasso de Lotário (HWV 26) no final de 1729, Giulio Cesare voltou a ser encenada em Londres por nove vezes entre janeiro e março de 1730, incluindo novas modificações do autor como árias adicionais para Cleópatra. Outras quatro apresentações ocorreram em fevereiro de 1732.[1]
O libreto é de Nicola Francesco Haym (1678-1729) a partir de um texto de mesmo nome de Giacomo Bussani musicado por Antonio Sartorio (1630-1680) em 1676. Haym dedicou o libreto à princesa de Gales, Caroline, esposa do rei Jorge II. Em relação ao texto de Bussani, Haym apliou os papéis de Cornélia e de seu filho Sexto Pompeu. Em sentido contrário, reduziu grandemente a importância de personagens secundários como Cúrio e Nirenus. Um personagem cômico, Rodisbe, foi completamente eliminado.
O enredo retrata alguns personagens como indivíduos fortes e complexos, o que permitiu a Händel jogar com um amplo leque emocional. César é mostrado na ópera como o típico grande herói, comparado a Hércules (ou Alcide, no libreto italiano). Cleópatra tem uma personalidade multifacetada, revelando astúcia política, capacidade de sedução, força e emotividade. Ptolomeu (ou Tolomeo, no libreto italiano), irmão de Cleópatra é o grande vilão, traiçoeiro, lascivo e usurpador. Cornélia e Sexto, seu filho com Pompeu, mostram personalidades bem mais estáticas e seus papéis giram continuamente em torno do sofrimento com a morte do esposo (no caso de Cornélia) e o desejo de vingança contra Ptolomeu (no caso de Sexto).