Festa do Divino Espírito Santo no Maranhão
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A Festa do Divino Espírito Santo no Maranhão é um dos muitos festejos que fazem parte da cultura popular do Maranhão, destacando-se como um dos mais importantes, por sua ampla difusão e pelo impacto que tem sobre a população. Hoje, existem dezenas de festas do Divino espalhadas por todo o Estado, levando adiante uma tradição viva e dinâmica, em que se destaca a beleza do repertório musical.[1]
Festejo do Divino Espírito Santo | |
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Casa do Divino, no centro histórico de Alcântara | |
Tipo | Catolicismo popular |
Data | Maio ou Junho |
Término | Dia de Pentecostes |
Frequência | Anual |
É realizada no mês de maio ou junho, terminando no Domingo de Pentecostes, sendo que desde o Sábado de Aleluia, os festeiros começam a se preparar para o grande dia em que o imperador recepciona seus convidados com um almoço e farta mesa de doce.[1]
Teve sua origem em Portugal, com a construção da Igreja do Espírito Santo em Alenquer, no século XIII, por ordem da rainha Dona Isabel, a festa chegou ao Brasil no século XVI com os colonizadores.[1]
Toda a festa do Divino gira em torno de um grupo de crianças, chamado império ou reinado. Essas crianças são vestidas com trajes de nobres e tratadas como tais durante os dias da festa, com todas as regalias. O império se estrutura de acordo com uma hierarquia no topo da qual estão o imperador e a imperatriz (ou rei e rainha), abaixo do qual ficam o mordomo-régio e a mordoma-régia, que por sua vez estão acima do mordomo-mor e da mordoma-mor.[1]
A cada ano, ao final da festa, imperador e imperatriz repassam seus cargos aos mordomos que os ocuparão no ano seguinte, recomeçando o ciclo.
A festa se desenrola em um salão chamado tribuna, que representa um palácio real e é especialmente decorado para este fim. A abertura e o fechamento desse espaço marcam o começo e o fim do ciclo da festa, durante o qual se desenrolam as diversas etapas que, em conjunto, constituem um ritual extremamente complexo, que pode durar até quinze dias: abertura da tribuna, busca e levantamento do mastro, visita dos impérios, missa e cerimônia dos impérios, derrubamento do mastro, repasse das posses reais, fechamento da tribuna e carimbó de caixeiras.
Entre os elementos mais importantes da festa do Divino estão as caixeiras, senhoras devotas que cantam e tocam caixa acompanhando todas as etapas da cerimônia. As caixeiras de São Luís são em geral mulheres negras, com mais de cinquenta anos, que moram em bairros periféricos da cidade. É sua responsabilidade não só conhecer perfeitamente todos os detalhes do ritual e do repertório musical da festa, que é vasto e variado, mas também possuir o dom do improviso para poder responder a qualquer situação imprevista. As caixeiras do Divino são portadoras de uma rica tradição que se expressa nas cantigas que pontuam cada uma das etapas da festa.[1]