Enquadramento noticioso
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Enquadramento noticioso (em inglês: framing é uma teoria de Comunicação, a princípio formulada por Gregory Bateson (1954) e depois por Erving Goffman (1974). De acordo com tal perspectiva, a mídia se utiliza de certas palavras, ideias, expressões e adjetivos que promovem uma abordagem que molda o acontecimento, destacando alguns aspectos e ocultando outros. Assim, recorta-se determinado ângulo do fato ou do problema tratado, tornando-o mais conhecido, e portanto mais real, condicionando a atitude dos cidadãos em relação ao ocorrido e eventualmente interferindo nos processos de mudanças sociais.[1][2][3] Através da análise do enquadramento utilizado por um veículo de mídia pode-se perceber sua linha editorial e os interesses que defende.
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De modo geral, o enquadramento diz respeito à forma como uma dada situação é apresentada e interpretada para e pelo interlocutor, determinando assim a sua capacidade de, frente ao acontecimento, responder à seguinte pergunta: O que está acontecendo aqui?
O antropólogo Gregory Bateson foi o primeiro a propor a noção de enquadramento. Seu objetivo era compreender a esquizofrenia e as relações no processo psicoterápico. Para isso, guiou seus estudos para o campo da comunicação. Bateson buscava explicar como as interações estão ancoradas a quadros de sentido, moldando as interpretações e ações dos atores dessa interação.
Ele dividiu a comunicação em três níveis:
- denotativo (conteúdo)
- metalinguístico (elementos da mensagem que ajudam a repensar a língua)
- metacomunicativo (elementos que definem a relação entre os falantes)
Para perceber esses níveis no processo de comunicação, Bateson observou as lontras e os macacos no zoológico, procurando identificar comportamentos que pudessem indicar se um dado organismo é capaz de reconhecer que os indícios emitidos por ele e por outros membros de sua espécie são sinais. A partir disso, seria possível confirmar a existência de mensagens metacomunicativas entre animais. Ao observar uma brincadeira entre macacos, Bateson chegou à primeira definição de enquadramento, que, segundo ele, é a mensagem metacomunicativa que permite compreender o que está acontecendo em determinada situação.[4]
Segundo Adelmo Genro Filho[5] o jornalismo é uma importante estratégia da sociedade moderna para se conhecer.
A cobertura jornalística seria capaz de revelar as contradições sociais, jogos de poder, diversidade das visões de mundo e interesses em disputa.
A mídia funcionaria como a moldura de uma janela através da qual o público entra em contato com determinada parcela da realidade. São os jornalistas os responsáveis pela construção de tal moldura, que muitas vezes carrega, por trás da notícia, jogos de interesses e de poder, nem sempre percebidos pelo público. Essa moldura é o que chamamos de enquadramento. Para Koeing, o enquadramento pode ser definido como estruturas cognitivas básicas, capazes de guiar a percepção e a representação da realidade.[6]