Eleições presidenciais portuguesas de 1911
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As primeiras eleições presidenciais portuguesas decorreram em reunião da Assembleia Nacional Constituinte, de 24 de Agosto de 1911 (59.ª Sessão), tendo sido eleito, para um mandato de 4 anos, Manuel José de Arriaga Brum da Silveira e Peyrelongue.
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24 de Agosto de 1911 | ||||
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Candidato | Manuel de Arriaga | Bernardino Machado | Duarte Leite | |
Partido | Bloco Republicano Moderado | Bloco Republicano Democrático | Independente | |
Votos | 121 | 86 | 4 | |
Porcentagem | 55,76% | 39,63% | 1,84% | |
Manuel de Arriaga 121
Bernardino Machado 86 Outros 6 Votos brancos 4 | ||||
Nos termos da Constituição Política da República Portuguesa de 1911 que então vigorava, tendo sido aprovada apenas três dias antes, a 21 de Agosto de 1911, pela Assembleia Nacional Constituinte, o Presidente da República era eleito através de sufrágio indirecto, requerendo pelo menos dois terços dos votos das duas Câmaras (Deputados e Senado) do Congresso da República reunidas em sessão conjunta.[1]
A estas eleições concorreram, ambos pelo Partido Republicano Português, Manuel de Arriaga (com o apoio das fações mais moderadas lideradas por António José de Almeida e Brito Camacho, e que dariam origem ao Partido Evolucionista e ao Partido Unionista), e Bernardino Machado (apoiado pelo grupo liderado por Afonso Costa, que mais tarde daria origem ao Partido Democrático).[2] Foram ainda candidatos, mas sem apoios significativos e sem obterem grande expressão no resultado eleitoral, Duarte Leite, Sebastião de Magalhães Lima, e Augusto Alves da Veiga.[3]
Os resultados deram a vitória a Arriaga, que se tornou no primeiro Presidente da República Portuguesa eleito. O programa de Arriaga advogava a amnistia e conciliação nacional, respeito pela legalidade e ordem pública, revisão do núcleo duro da legislação do Governo Provisório, nomeadamente a Lei da Separação.[2]
Durante o mandato de Manuel de Arriaga, o Partido Republicano Português desmembra-se e o Presidente procura conseguir um entendimento entre os principais dirigentes partidários, num clima conturbado de polémica e crescente crispação política, ao qual se vem ainda juntar o início da Primeira Grande Guerra. Goradas quaisquer tentativas de arbitrar os diferendos partidários, o Presidente vê-se obrigado a resignar após a revolta de 14 de Maio de 1915.[4]