Desastre do SS Arctic
De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
O Desastre do SS Arctic ocorreu em 27 de setembro de 1854 quando o barco a vapor com rodas de pás operado pela Collins Line colidiu com o pesqueiro francês SS Vesta a aproximadamente oitenta quilômetros do litoral de Terra Nova. O Artic era o maior e mais famoso dos quatro vapores que a Collins operava em serviço transatlântico regular para passageiros e correio desde 1850. Listas de passageiros e tripulantes indicam que haviam aproximadamente quatrocentas pessoas a bordo, porém apenas 88 sobreviveram, a maioria dos quais tripulantes. Todas as mulheres e crianças a bordo morreram.
James Luce, o oficial comandante do Arctic, inicialmente tentou ajudar o Vesta, que ele acreditava estar em um risco muito maior de naufrágio. Entretanto, logo foi descoberto que seu próprio navio tinha sido seriamente perfurado abaixo da linha d'água, assim Luce ordenou que o Arctic abandonasse esses esforços e corresse para a terra mais próxima o mais rápido possível em uma tentativa de alcançar segurança. Este plano falhou quando os motores da embarcação pararam de funcionar enquanto ele ainda estava longe de qualquer terra. A capacidade de botes salva vidas do Arctic era para menos da metade das pessoas a bordo; uma quebra da ordem e disciplina ocorreu quando Luce ordenou que eles fossem lançados, significando que a maior parte das vagas nos botes foram tomadas por tripulantes ou por passageiros homens mais fisicamente capazes. Os restantes tentaram construir jangadas improvisadas, mas a maioria não foi capaz de deixar o navio, que afundou quatro horas depois da colisão. O Vesta tinha aparentemente sofrido danos mortais, porém manteve-se flutuando devido suas comportas a prova d'água e conseguiu chegar no porto de St. John's.
Dois dos seis botes salva vidas que deixaram o Arctic conseguiram chegar no litoral de Terra Nova, com um terceiro resgatado por um navio de passagem, que também resgatou alguns sobreviventes das jangadas. Dentre os salvos estava Luce, que foi jogado de volta para a superfície depois de afundar com o navio. Os três botes restantes desapareceram e nunca foram encontrados. As notícias sobre o naufrágio do Arctic só chegaram nos Estados Unidos duas semanas depois devido às instalações limitadas de telégrafos na época. O pesar público logo se transformou em raiva pela percepção de covardia por parte da tripulação. Nenhuma investigação completa sobre o acidente ocorreu, apesar da imprensa pedir por uma, com ninguém tendo sido responsabilizado legalmente. Exigências pela introdução de maiores medidas de segurança em embarcações de passageiros também foram ignoradas. Luce foi de forma geral exonerado de culpa pela percepção pública e nunca mais voltou para o mar, enquanto alguns tripulantes escolheram nunca mais voltar para os Estados Unidos. A Collins continuou seu serviço transatlântico, porém fechou em 1858 depois de mais perdas marítimas e problemas financeiros.