Deportação de chechenos e inguches
remoção forçada de chechenos e inguches étnicos da Ciscaucásia pela União Soviética em 1944 / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
A deportação de chechenos e inguches, também chamada Operação Chechevitsa (em russo: Чечевица, transl. Chechevitsa: 'lentilha';[1] em checheno: До́хадар, Ардахар, Махках дахар, transl. Dokhadar, Ardakhar, Mekhkakh dakhar: 'expulsão, destruição'; em inguche: Ме́хках да́ккхар, ме́хках ба́хар, transl. Mekhkakh bakhar, Mekhkakh dakkkhar [2][3][4][5]) foi a expulsão, pelos soviéticos, da totalidade das populações vainaques (chechenos e inguches)[6] do Norte do Cáucaso para a Ásia Central (principalmente para o Cazaquistão e Quirguistão mas também para o Uzbequistão e o Tajiquistão), realizada pela União Soviética, entre 23 de fevereiro e 9 de março de 1944, durante a Segunda Guerra Mundial. A Operação foi precedida pela insurgência na Chechênia de 1940-1944,[7][8][9] tendo sido autorizada em 23 de fevereiro, pelo chefe da NKVD, Lavrentiy Beria, após aprovação do Primeiro-ministro da União Soviética, Joseph Stalin, como parte da política da URSS de transferência forçada de populações, a qual afetou milhões de integrantes das minorias étnicas não russas, entre as décadas de 1930 e 1950.
Foram deportados cerca de 496 mil chechenos e inguches, segundo os arquivos soviéticos, porém fontes chechenas estimam o número de deportados em 650 mil,[10] sendo que 25% dessas pessoas morreram ou foram mortas durante a captura, o transporte e os primeiros anos de exílio. Os sobreviventes não foram autorizados a regressar aos seus locais de origem até 1957, o que implicou o desaparecimento da República Autónoma Socialista Soviética da Checheno-Inguchétia. Em 2004, o Parlamento Europeu, com base nas Convenções de Haia (1899 e 1907) e na Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio da Organização das Nações Unidas (aprovada em 1948), classificou essa deportação como um ato de genocídio.[11]