Crise humanitária cambojana
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A crise humanitária cambojana de 1969 a 1993 consistiu de uma série de eventos relacionados que resultaram na morte, deslocamento ou reassentamento no estrangeiro de milhões de cambojanos.
A crise teve várias fases. Primeiramente foi a Guerra Civil Cambojana entre o governo de Lon Nol e o Khmer Vermelho de 1970 a 1975. Esta fase também foi marcada pelo intenso bombardeio dos Estados Unidos de 1969 a 1973 contra o Khmer Vermelho e santuários e bases do exército norte-vietnamita dentro do Camboja como parte de sua estratégia para vencer a Guerra do Vietnã. A segunda fase foi o domínio do Khmer Vermelho de 1975 a 1979. O Khmer Vermelho assassinou ou esfomeou cerca de um quarto dos 8 milhões de cambojanos.
Em 1979, o Vietnã invadiu o Camboja e derrubou o Khmer Vermelho. O Vietnã e o governo cambojano criado governariam o país durante os próximos 12 anos. O Khmer Vermelho e outros grupos travaram uma guerra de guerrilha contra os ocupantes vietnamitas e o governo cambojano. Em 1979 e 1980, o caos motivou centenas de milhares de cambojanos a avançar para a fronteira com a Tailândia para escapar da violência e evitar a fome que ameaçava o Camboja. As organizações humanitárias lidaram com a crise com a "ponte terrestre", um dos maiores esforços de ajuda humanitária já empreendidos.
De 1981 a 1991, a guerra de guerrilha contra os vietnamitas e o governo cambojano continuou e centenas de milhares de cambojanos continuaram a residir em campos de refugiados na Tailândia ou, na fronteira com a Tailândia. Cerca de 260.000 dos refugiados foram reassentados no exterior, mais da metade deles nos Estados Unidos. A fase final da crise humanitária cambojana foi sua resolução em 1991-1993. O Vietnã retirou-se do país e as Nações Unidas lideraram o Camboja em direção a um governo eleito e repatriou 360.000 cambojanos, esvaziando e fechando os campos de refugiados.