Crónica de el-rei D. Pedro I
crónica histórica escrita por Fernão Lopes / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
A Crónica de el-rei D. Pedro I, ou Crónica de D. Pedro, é um registo histórico do género crónica escrito por Fernão Lopes abarcando o período de tempo correspondente ao reinado de D. Pedro I de Portugal, de cognome o Justiceiro, ou o Cruel, que decorreu entre 1357 e 1367.
Crónica de el-rei D. Pedro I | |
---|---|
Primeira página das Crónicas de D. Pedro I, D. Fernando e D. João I, manuscrito de c. 1525-1575. | |
Autor(es) | Fernão Lopes |
Idioma | português arcaico |
País | Portugal |
Género | Crónica |
A Crónica de D. Pedro I está dividida em quarenta e quatro capítulos, sendo iniciada por um Prólogo. Dos inúmeros temas tratados ao longo da Crónica destacam-se a Justiça a que dedicou o Prólogo e seis capítulos,[1] a organização do Estado e as decisões do rei,[1] Inês de Castro a que dedicou seis capítulos, relatando em especial a declaração de D. Pedro sobre o seu casamento com Inês, a perseguição aos seus assassinos e a descrição da trasladação dos restos mortais de Inês de Coimbra para Alcobaça,[2] um capítulo dedicado a D. João I, filho bastardo de D. Pedro e futuro rei,[3] e ainda o Reino de Castela ao qual dedica dezasseis dos capítulos, tratando-se neste caso de decisões ou empreendimentos do rei D. Pedro I de Castela, sobrinho do homónimo rei português, e para cuja história Fernão Lopes deve ter tido acesso às Crónicas sobre a mesma época do cronista castelhano Pedro López de Ayala.[4]
Fernão Lopes, que começou por ter a profissão de tabelião, foi em 1418 nomeado guarda-mor da Torre do Tombo, ou seja, de chefe dos arquivos do Estado, lugar de confiança da corte, e que lhe permitiu o acesso a importante documentação para a elaboração das suas Crónicas.[5] Fernão Lopes inicia provavelmente a escrita da Crónica de D. Pedro em 1434, pois foi neste ano que o rei D. Duarte lhe atribui pelo seu futuro trabalho a tença anual de catorze mil reais.[1]
É a primeira das três grandes crónicas do percursor da história portuguesa, e também a primeira crónica régia com características próximas das que definiram o género cultivado no século XV e nos dois seguintes, sendo as outras duas crónicas da autoria de Fernão Lopes a Crónica de D. Fernando e a Crónica de D. João I.[3]
“ | "E diziam as gentes que tais dez anos nunca houvera em Portugal como estes que reinara el-Rei D. Pedro." | ” |
— Final da Crónica de D. Pedro[6]. |