Classe España
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A Classe España foi uma classe de couraçados operada pela Armada Espanhola, composta pelo España, Alfonso XIII e Jaime I. Suas construções começaram entre 1909 e 1912 nos estaleiros da Sociedad Española de Construcción Naval e entraram em serviço em 1913, 1915 e 1921, respectivamente. Os navios foram encomendados como parte de um acordo informal de defesa mútuo entre Espanha, França e Reino Unido e seu projeto foi limitado pela infraestrutura e economia espanholas da época, consequentemente foram os menores dreadnoughts construídos na história. Suas construções, especialmente a do Jaime I, foram atrasadas significativamente pelo início da Primeira Guerra Mundial.
Classe España | |
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O Alfonso XIII, a segunda embarcação da classe | |
Visão geral Espanha | |
Operador(es) | Armada Espanhola |
Construtor(es) | Sociedad Española de Construcción Naval |
Sucessora | Classe Reina Victoria Eugenia |
Período de construção | 1909–1921 |
Em serviço | 1913–1937 |
Construídos | 3 |
Características gerais | |
Tipo | Couraçado |
Deslocamento | 16 450 t (carregado) |
Comprimento | 140,2 m |
Boca | 24 m |
Calado | 7,9 m |
Propulsão | 4 hélices 4 turbinas a vapor 12 caldeiras |
Velocidade | 19,5 nós (36,1 km/h) |
Autonomia | 5 000 milhas náuticas a 10 nós (9 300 km a 19 km/h) |
Armamento | 8 canhões de 305 mm 20 canhões de 102 mm 4 canhões de 47 mm 2 metralhadoras |
Blindagem | Cinturão: 203 mm Convés: 38 mm Torres de artilharia: 203 mm Barbetas: 254 mm Torre de comando: 254 mm |
Tripulação | 854 |
Os três couraçados da Classe España eram armados com uma bateria principal composta por oito canhões de 305 milímetros montados em quatro torres de artilharia duplas. Tinham um comprimento de fora a fora de 140 metros, boca de 24 metros, calado de quase oito metros e um deslocamento carregado de mais de dezesseis mil toneladas. Seus sistemas de propulsão eram compostos por doze caldeiras a carvão que alimentavam quatro conjuntos de turbinas a vapor, que por sua vez giravam quatro hélices até uma velocidade máxima de dezenove nós (35 quilômetros por hora). Os navios também tinham um cinturão principal de blindagem cuja espessura mázima era de 203 milímetros.
Os dois primeiros navios tiveram inícios de carreira relativamente tranquilos e sem grandes incidentes, consistindo principalmente em exercícios de treinamento e cruzeiros internacionais para a América do Norte e América do Sul. A Guerra do Rife começou em 1921 e os três foram usados para dar suporte de artilharia para tropas em terra. O España encalhou em uma dessas operações em 1923 e sofreu uma perda total. O dois navios sobreviventes deram suporte em 1925 para os Desembarques de Alhucemas. O Alfonso XIII foi renomeado para España em 1931 e ele e o Jaime I foram descomissionados para reduzir custos, porém o Jaime I foi recomissionado em 1933 como capitânia da frota.
Planos de modernização para os dois couraçados foram elaborados na década de 1930, mas interrompidos pelo início da Guerra Civil Espanhola em 1936. O España foi tomado pelos rebeldes nacionalistas no início do confronto, enquanto o Jaime I permaneceu sob o controle do governo republicano. O España foi usado para aplicar um bloqueio de portos republicanos no norte do país e capturou diversas embarcações. O Jaime I por sua vez foi pouco utilizado no decorrer do conflito. O España bateu em uma mina naval em abril de 1937 e afundou, enquanto o Jaime I foi destruído em junho por uma explosão interna acidental, com seus destroços sendo reflutuados e desmontados depois do fim da guerra.