Bíblia na arte
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A Bíblia tem sido inspiração, desde a Antiguidade, para inúmeras formas de produção artística. As histórias bíblicas, desde a narrativa da criação do mundo, o dilúvio, a Vida de Cristo e seus discípulos, a Virgem Maria, e inúmeros outros epsódios são frequentemente retratados em pinturas e esculturas, músicas, filmes e em diversos monumentos arquitetônicos.[1]
As chamadas Sagradas Escrituras são consideradas uma das obras mais influentes de todos os tempos. São a base do Cristianismo, do Judaísmo e do Islamismo e isto teve reflexo na História de Arte.
A Bíblia é tradicionalmente dividida entre dois conjuntos de livros: o Antigo Testamento e o Novo Testamento, respectivamente relacionadas ao período Antes de Cristo e ao período Depois de Cristo.[2]
Rica em imagens e metáforas, a Bíblia se tornou atraente para os artistas. A partir das descrições encontradas nas escrituras, os artistas adquiriram autonomia para recriar os eventos e personagens, acrescentando as próprias interpretações. Artistas renomados como Leonardo da Vinci, Michelangelo, Salvador Dali, Rembrandt e Caravaggio, dentre tantos outros (famosos e anônimos), na Bíblia encontraram uma inesgotável fonte de inspiração para os seus trabalhos.[1]
A arte religiosa cumpre uma função destacada na difusão das ideias e na formação dos adeptos, particularmente dos principiantes. Em períodos onde a população era analfabeta, em maioria, por exemplo, as imagens artísticas, contando as histórias e ensinamentos bíblicos ¨podiam ser transmitidos e compreendidos pelas pessoas de todas as classes sociais¨.[1]
A interpretação da Bíblia por intermédio das artes visuais é muito impactante. O talento e habilidades dos artistas na retratação dos diversos episódios, das passagens bíblicas, empregados em suas obras proporcionam reflexões sobre as mensagens que estas escrituras pretendem transmitir.
Tais obras de arte permitem aos observadores uma experiência única de imersão nas histórias e ensinamentos bíblicos. Através de elementos visuais como cores, formas, texturas e composições, os artistas são capazes de transmitir emoções, transmitindo a mensagem divina contida nas páginas da Bíblia de forma tangível e acessível.[1]
Por intermédio da arte visual, a Bíblia deixa de ser apenar um livro sagrado, mas, por seu conteúdo altamente constituído por linguagem simbólica, constitui-se em manancial riquíssimo para a inspiração de artistas nos conteúdos da espiritualidade e da religiosidade. O simbolismo bíblico tem o poder de incentivar os recursos estéticos dos mestres da arte.
De fato, a arte bíblica, ou derivada de suas narrativas, podem ser recordadas desde, por exemplo, a arquitetura do Templo de Salomão, ou à confecção da Arca da Aliança, até a arte contemporânea, tal como a obra magistral do Templo Expiatório da Sagrada Família de Gaudi.[3]
A mundialmente famosa Capela Sistina é outro, dentro muitos, monumentos artísticos derivados dos escritos bíblicos. Inspirada no Templo de Salomão do Antigo Testamento, reuniu os principais mestres renascentistas, tais como Michelangelo, Rafael, Perugino, Ghirlandaio e Sandro Botticelli.[4]
A arte é um fenômeno social e como tal deve ser tratada e estudada. Ela é reveladora de uma determinada sociedade e momento histórico.[5] A Bíblia como um dos principais monumentos literários da História, que influenciou diversas culturas e religiões de grande destaque e é o conjunto de escritos mais lidos e difundidos de todos o tempos sendo fonte de inspiração para muitos artistas em todos os tipos de realização artística, não pode deixar de ser analisada, sobre o prisma da História da Arte, em profundidade. Basta citar que um dos personagens presentes entre os considerados escritos sagrados, a Virgem Maria - que consta no Novo Testamento - é um dos motivos mais representados e referidos na arte.[6][7]