Aviação do Exército Brasileiro
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A Aviação do Exército (AvEx) é o segmento aéreo do Exército Brasileiro, operando aeronaves de asa rotativa (helicópteros) em conjunto com forças de superfície como a 12.ª Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel). Originalmente fundada com aviões em 1919, ela deixou de existir em 1941, ressurgindo na sua forma atual em 1986. Ela tem principalmente modelos de transporte, além de helicópteros de ataque leves, mas não usa helicópteros de ataque dedicados. Seu Comando (CAvEx) em Taubaté, São Paulo, está vinculado ao Comando de Operações Terrestres, em Brasília, e ao Comando Militar do Sudeste. Ele tem subordinados apenas o 1.º e 2.º batalhões, também em Taubaté. O 3.º e o 4.º estão respectivamente em Campo Grande e Manaus, subordinados aos Comandos Militares do Oeste e da Amazônia, e há um destacamento em Belém, no Comando Militar do Norte.
Aviação do Exército | |
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País | Brasil |
Corporação | Exército Brasileiro |
Subordinação | Ver Organização |
Período de atividade | 1919–1941, 1986–presente |
Patrono | Ricardo Kirk[1] |
Cores | Azul-ultramar (boina)[2] |
Logística | |
Helicópteros | 95 (2022)[3] |
Pilotos | < 300 (2018)[4] |
Efetivo total | > 3 300 (2018)[4] |
A Aviação do Exército original, à base das aeronaves de asa fixa, tornou-se sua quinta Arma em 1927, mas foi unida à Aviação Naval em 1941 para formar a Força Aérea Brasileira (FAB). Mais tarde o Exército recriou a aviação com numa nova tecnologia militar, o helicóptero. Havia interesse desde os anos 1960, mas a Aviação do Exército só retornou nos anos 1980, quando foi estrela do programa de modernização, a “Força Terrestre 90”, exigindo investimentos pesados e a formação de mão de obra altamente especializada. Como parte do “núcleo de modernidade” do Exército, a AvEx foi protegida dos cortes orçamentários na década seguinte e tornou-se uma força estratégica, de mobilização rápida para qualquer parte do país. Justamente por isso ela foi criada em Taubaté, no núcleo central do país e próxima à indústria aeronáutica do vale do Paraíba. Posteriormente os meios foram desconcentrados, mas o grosso do efetivo permanece em Taubaté.
A AvEx é especialmente importante para a mobilidade na Amazônia, onde teve seu “batismo de fogo” na Operação Traíra, em 1991. No século XXI ela é muito usada na segurança de grandes eventos e operações de garantia da lei e da ordem. Os helicópteros operam em estreita coordenação com as forças terrestres em funções logísticas, de reconhecimento, de apoio de fogo e de transporte de tropas. Sua função prioritária foi originalmente concebida como o assalto aeromóvel, inserindo as tropas da 12.ª Brigada atrás das linhas inimigas, mas o número de helicópteros é uma limitação. Os pilotos e os especialistas (como os mecânicos de voo) são respectivamente oficiais e sargentos formados no Centro de Instrução de Aviação do Exército (CIAvEx). A logística dos helicópteros é complexa e depende de tecnologia importada. O Batalhão de Manutenção e Suprimento (BMS), em Taubaté, tem a missão de manter 70% dos helicópteros disponíveis para uso imediato, enquanto a Base de Aviação de Taubaté (BAvT) administra a infraestrutura e realiza o controle de tráfego aéreo. A frota correspondia a 13% das aeronaves das Forças Armadas do Brasil em 2022.
Os batalhões de aviação são mistos, com esquadrilhas de reconhecimento e ataque, com helicópteros como o HA-1 Esquilo (Eurocopter Ecureuil e Fennec), e de emprego geral, com helicópteros de manobra como o HM-1 Pantera (Eurocopter Panther). O Esquilo é também o modelo padrão para a instrução. Esses dois modelos foram os primeiros a ser comprados, mas o HA-1 não satisfez as ambições do Exército para o combate ar-solo ou ar-ar, e o HM-1, para a capacidade de transporte. O Exército adquiriu novos helicópteros de manobra, o HM-2 Black Hawk (Sikorsky UH-60), HM-3 Cougar (Eurocopter Cougar) e HM-4 Jaguar (Eurocopter Caracal), respectivamente a partir de 1997, 1999 e 2011. O HA-1, HM-1 e HM-4 são montados pela Helibras. O Programa Estratégico Aviação do Exército, formalizado pelo Estado-Maior do Exército (EME) em 2017, inseriu a AvEx no portfólio de projetos do Exército, com planos como a aquisição de helicópteros de ataque dedicados e aeronaves de asa fixa para a logística; porém, a intenção de adquirir aviões foi impedida por pressão da FAB em 2020. O CIAvEx foi escolhido para formar os operadores de sistemas de aeronaves remotamente pilotadas (SARP) do Exército e várias foram recebidas em 2022.